segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dicas às aspirantes a embaixadora da beleza

Reverência esperada e aceitável
Em tempo de altas escolhas (tardias), voltemos a falar sobre os pecados que não podem ser cometidos pelas aspirantes nas arenas do mundo-paralelo:

a) jamais, nunca, em hipótese alguma te curvarás perante o corpo de jurados. Tampouco cruzarás os braços, mesmo em sinal de respeito ou devoção; a prova em questão não é sacra. Ali a soberana é você e os soberanos jamais se ajoelham ou se curvam diante dos súditos. É sinal de fraqueza. Soberanos submissos estão fadados a reinados pífios.

- o que deve ser feito: avance poucos e singelos passos e faça uma leve e comedida reverêncialembre-se, você é a estrela (e não o contrário) e não é por acaso que o palco está sempre em linha mais elevada que as demais acomodações.

b) jamais porte-se cabisbaixa; seja (sempre) imponente e olhe sempre o horizonte, mesmo que imaginário. Até os passos mal dados passam incerteza de atitude. Cuidado!

- muito cuidado mesmo: não confundir ousadia com presunção exacerbada. Quando esta ultrapassa a linha do razoável a queda pode ser inevitável.

c) ao falar, NUNCA, jamais se jogue (literalmente) sobre o entrevistador. Ele deve chegar até você. É dele a prerrogativa de mensurar a distância entre ambos. Tampouco, no ímpeto da tensão, “roube” o microfone para si – é sacrilégio tal atitude. Perceba que aqui também o entrevistador é quem definirá se deves ou não segurar o instrumento. Cuidado para não ocorrer aquele famigerado cabo-de-guerra, onde o entrevistador e o entrevistado seguram ao mesmo tempo o aparelho fônico.

Numa entrevista de avaliação séria, 
JAMAIS cometa tal "pecado".
- a saída: manter a calma enquanto observa a ação do condutor. É de fácil percepção se este irá abdicar do direito de segurar o aparelhinho; normalmente, ele não abdica, por tratar-se de uma entrevista rápida.

d) novamente... nunca comece uma resposta com: “boa noite a todos, respondendo a sua pergunta”. Isso é dispensável, inclusive o “boa noite”. A saudação foi coletiva e ela se deu já no número de abertura. O número de abertura não é apenas mais um quadro do evento; é também a saudação das aspirantes aos espectadores. E o “respondendo a sua pergunta” além de ter uma conotação horrível, é dispensável também porque todos já sabem que há uma pergunta e que ela tem que ser respondida.

- o que fazer: se mesmo assim queira cumprimentar – nada impede, desde que com um “olá”, “boa noite” (a todos), simplesmente... e da maneira mais informal e descontraída possível. Comece a resposta, preferencialmente, usando termos como: “acredito que”... “creio que”... “é importante... e por aí vai. Lembre-se que a resposta é subjetiva; é tua opinião acerca de determinado assunto, portanto, não há problema em usar pronomes pessoais e verbos em 1ª pessoa.

e) na hora da entrevista, não deves permanecer estática, de mãos na cintura ou escondidas atrás (nas costas); são raras as que conseguem disfarçar o nervosismo (inerente a todos) se portando dessa maneira. Lembre-se que até Natália deixou transparecer quando, instintivamente, juntou as mãozinhas para trás. Essa ação deixa na pessoa um aspecto de que está com falta de ar, visto que o corpo fica muito ajustado devido os braços estarem comprimidos na retaguarda.

- a solução: não tenha medo de gesticular. Solte os braços e gesticule mais, usando as mãos. Mas, nunca as eleve acima do colo ou ombros. Em frente ao rosto, nem cogite. Uma leve arrumada nas madeixas é plausível, mas caso sinta as mãos trêmulas, jamais as ponha em evidência, mormente na altura do rosto, pois é este o foco principal. Como estará gesticulando lá pela altura da cintura, o movimento será perceptível, mas é secundário. Logo, não será notória nenhuma frequência “nerval” alterada.

f) jamais deves falar de forma “cantada”... aquele jeito bem comum às aspirantes que denuncia de imediato uma forma decorada, portanto artificial.

- a saída: fale naturalmente, como se estivesse conversando com um amigo. Estarás explicando alguma coisa a alguém e o fato de esse alguém ter caráter de receptor coletivo, a condução em nada deve diferir daquela cujo ouvinte é individual. Muito cuidado com aquela conotação típica de discurso político.

g) ao andar no palco relaxe os membros superiores (vulgo: braços); deixe-os cortar o ar com naturalidade. Não os deixe rijos, nem os apresente com se estivessem desprovidos de cartilagens e estrutura óssea. Aqui a moderação é o ponto culminante.

h) haja com ousadia; esnobe os jurados e a plateia. Mostre a todos que naquele instante tu és o centro do universo (ainda que paralelo). A maestria de atitude indica que tu te garantes. E se essa confiança é estendida a quem ver, a probabilidade de angariar súditos atinge proporções amazônicas.

- cuidado: ter atitude esnobe não é o mesmo que ser arrogante ou prepotente. Precisa saber ser moleca autêntica e ao mesmo tempo ser “leide”. Caso não tenha o perfil sapeca de ser, migre para a elegância altiva.

Por fim, esqueça, expurgue, delete, apague, mande para tão-tão-distante ou para a terra-média termos como: "miss é um conjunto"... "miss não é apenas um rostinho bonito"...

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