Em minhas andanças net adentro, tenho visto e revisto muitos vídeos de
concursos anteriores aqui da nossa querida e idolatrada terrinha. Descontando
(as vezes) uma resolução imperfeita e
aqueles quilos a mais que a lenda prega que temos em vídeo, ainda assim,
nossas candidatas são ENORMES. As candidatas, e por tabela, as misses eleitas. São bundas grandes e farfalhantes; braços
redondos; rostos flácidos; coxas exageradamente grossas e uma passarela
medíocre.
Exemplos
de um passado próximo temos: 2008 –
os jurados conseguiram elevar ao Top5 apenas uma candidata de fato relevante,
mas a esqueceram na terceira colocação; em
2009, ficamos sem opções no Top5 e em
2010 a única que alcançou o Top5 e poderia apresentar competência fora
esquecida em 2º lugar.
Felizmente esse efeito está se dissolvendo, em
viés de fossilização.
Não é minha intenção (longe disso) denegrir
qualquer candidata tupiniquim, em qualquer época, seja no passado ou no
presente. Tenho refletido nesse sentido, por observar n'algumas eleitas nos
últimos anos, especialmente neste ano (misses estaduais), um book de candidatas com
anatomia, FELIZMENTE, diferente, ou melhor, mais adequada aos certames
internacionais. Certames estes que há
muito tempo não almejam mulheres adiposas. Isso todos os observadores de
concursos já perceberam e no Brasil, para alguns, miss-magra é tabu. Ou alguém já esqueceu da trágica preparação que recebeu o bela miss Pará 2009? Eu jamais
esquecerei.
Miss Brasil 2013 - a miss e a modelo |
Penso que de tanto gritarmos aos quatro ventos
e diante das reiteradas derrotas, as praças subalternas, capitaneadas pela
Band/Enter começaram a perceber que cevar,
engordar as modelos para ser miss Brasil, será apenas para ser miss no Brasil,
rasa e desprovida da capacidade de competir. A realidade tupiniquim agora é
outra. Nos três últimos anos esse
cenário mudou drasticamente e finalmente pudemos comemorar misses
brasileiras sob o crivo da competência.
Em 2013 ainda tivemos vários estados elegendo
misses visivelmente incapazes de competir internacionalmente, a grande
maioria por apresentarem-se acima (e muito acima) do peso adequado. Muitos criticam a “ditadura das medidas
perfeitas”, no entanto no mercado da beleza, não diferente dos outros
mercados, existem regras que devem ser cumpridas. Quem se submete a elas entra no jogo e dele usufrui; quem não
concorda tem como prerrogativa ficar na tangente, mas ao entrar mesmo não
concordando, deve ter a consciência a
dançar conforme a música.
Os concursos de beleza não devem ser avaliados
apenas sob o ângulo da paz mundial e de projetos sociais. A paz mundial
já caiu por terra há muito tempo, embora
não devamos abandonar essa ideia e os projetos sociais são a essência dos
certames. Havemos de atentar para a necessidade da adesão de outros elementos
que agregaram esses tidos como principais. O
mundo da moda, o glamour dos desfiles entrou no âmbito do mundo dos concursos
de forma gradativa e definitiva. Hoje não é mais possível se eleger uma miss
que apenas seja miss; é imprescindível
que se eleja uma mulher que tenha todos os atributos em uma só pessoa. Os atributos das misses – doçura, paz
mundial, projetos sociais, embaixatriz da beleza e eloquência latente – alinhados aos atributos das modelos –
ousadia, elegância, altura adequada, passarela agressiva e firme e corpo
relativamente magro e dinâmico.
Aquele que encontrar essa mulher terá a miss
perfeita e capaz de competir – terá uma miss-modelo. A senhorita-dinâmica,
que encontra liberdade de ação em qualquer ambiente quando acionada pela sua
Diretoria de Apoio.
Por esse caminho os concursos de miss no
Brasil devem palmilhar. Dinâmicos, leves, em renovação constante; os
tempos são outros. Cada época tem seu
viés de saudosismo. Lá no futuro este presente também será nostálgico e nem por isso será mantido a ferro e fogo.
Com o passar dos anos os processos sofrem mudanças, sociedades se reajustam, os
valores serão os mesmos, talvez vistos
por outros ângulos. Que o passado
fique na lembrança e o presente seja trabalhado com inteligência para
acompanhar o processo evolutivo constante e necessário.