segunda-feira, 21 de julho de 2014

Depois da Copa da FIFA vem as eleições – fiquemos mais atentos.


Após o descarrego de emoções durante a Copa do Mundo da FIFA, pouco a pouco, voltamos à realidade. Realidade essa por momentos esquecida ou ignorada. Voltamos ao mundo dos esgotos a céu aberto, da insegurança; ao descaso no atendimento em repartições publicas, em especial nos hospitais-sucatas, anti-padrão-FIFA; voltamos ao mundo dos políticos corruptos, das atrocidades patrocinadas pelas mais torpes mentes; voltamos a ver o Campeonato Brasileiro com seus estádios (agora arenas) fora do padrão-FIFA, ou seja, despadronizados e esburacados; e um dos pontos mais bizarros: voltamos à poluição visual das vias públicas repletas de cartazes e faixas de políticos fichas-sujas em campanha eleitoral.

Há uma lei que proíbe lixo politiqueiro em ambientes públicos fora dos horários e ambientes destinados para tal – alguém dirá. É Verdade. A lei 9.504/97 virou coro em decisões no judiciário condenando a famigerada propaganda perniciosa, mas como bem notamos, ainda há aqueles meliantes que a ignoram. Ora, se até os fichas-sujas passam pelo crivo de idoneidade da justiça eleitoral e recebem a chancela para continuar a nos roubar, a propaganda-lixo torna-se em mero detalhe.

Como foram eles, os dignos representantes, que finalizaram o texto legal, (são eles que finalizam e votam) em apenas uma leve leitura do Art. 37 dessa lei podemos notar a carga extrapoladora de subjetividade. Ali, as frases, as palavras foram dispostas para, exatamente propiciar uma gama infinita de interpretações, as quais, dada a sobrecarga e morosidade da justiça brasileira sofrerão mutações até que se chegue a um entendimento definitivo – dez, vinte, cinquenta anos depois (quem sabe nunca). Enquanto isso, conscientes da obtusidade da justiça, os dignos políticos candidatos, ou não, continuam a promover suas propagandas tão pútridas o quanto são suas práticas espúrias no submundo do poder.

Há horário no Rádio e na TV - pago pelo cidadão.
O caminho ainda é cada um buscar difundir uma ideia mais “globalizada” de enfrentamento às oligarquias políticas. É humanamente impossível extirparmos as mazelas da política dos corruptos, mas cabe a cada um, a cada eleição, cortar alguns elos que propiciam a oxigenação ao desrespeito à sociedade e à rés pública. Em todos os ciclos ou mandatos, a corrente poderá sofrer reparos, para o bem e para o mal, e a nós, enquanto detentores do poder do voto, temos a prerrogativa de quebrá-la se os reparos mostram-se perniciosos.

Não temos grandes escolhas, é bem verdade… mas temos escolha. E esse poder advindo da prática democrática é uma das maiores forças das quais dispomos. A Democracia com todas as suas lacunas ainda materializa uma das nossas maiores vitórias enquanto Nação livre. É uma dádiva, da qual não podemos abrir mão, jamais.

Estejamos conscientes dos percalços e virtudes e a partir de agora, com a calmaria pós-Copa, passamos agir como estrategistas a observar as nuances dos candidatos a mandatos eletivos que, em cascatas, se apresentarão a cada um de nós. Deve haver algum (ou alguns) que fuja do justo estereótipo do corrupto padrão-FIFA. Cabe a cada um de nós encontrá-lo(s).

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