quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Seriam os alicerces dos concursos de beleza no Brasil reforçados com polvilho úmido?

Por mais que tentamos, é impossível perceber o propósito dos concursos de miss, no Brasil. A impressão que eles transmitem é que, mesmo internamente, em cada segmento, existem células independentes. Células estas que somente se cruzam, quando da realização dos eventos nacionais. Posterior a isso, a(s) própria(s) organização(ões) nacional(is) não demonstram sinergia nem mesmo com as personalidades eleitas.

Com isso queremos dizer que poderá até haver (internamente) um projeto, mas, caso exista, nunca fora passível de constatação por aqueles que veem “de fora”.

Reiteradamente temos apresentado a percepção (ou a não-percepção) desses certames, em muitos casos, e para alguns certames – como o Universo Brasil – aquilo que, repetidamente falávamos alcançou certa visibilidade. É claro que algumas mudanças não ocorreram (ou vem ocorrendo), em razão de opiniões isoladas e subjetivas. Essas mudanças têm ocorrido porque, em algum momento, alguém decidiu que deveria prevalecer o mínimo de lisura e decência possível em um certame do tamanho do miss Brasil.

A opinião que emitimos nada mais é do que aquilo que opinaria grande parte dos que acompanham tais eventos pelo Brasil. Quando somos espectadores tendemos a ser mais exigentes em relação aquilo que dispomos o nosso tempo por prazer e paixão. Nesse contexto, não seria justo (como não é) se aqueles que estão engajados na linha de frente não amarem suas profissões e seu trabalho ao ponto de proporcionar a estes espectadores um cronograma, no mínimo, mediano. Se a recíproca não for, necessariamente, verdadeira o apoio será medíocre, o respeito será irrelevante e a derrota será a eterna parceira.

Nos últimos anos discutiu-se muito a descentralização do miss Universo Brasil. O estado de São Paulo foi, por anos a fio, o dono absoluto da prerrogativa de sediar o evento. Após a itinerância de 2012 e 2013 – Fortaleza e Belo Horizonte, respectivamente – a ousadia certeira mostrou ao Brasil qual seria o caminho mais sensato a ser trilhado. Após o sucesso desses dois anos é plausível acalentarmos a esperança de que não mais iremos retroagir.

O Miss Mundo Brasil, ainda à revelia da atenção de uma TV aberta, engatinha, arduamente, na tentativa de erguer-se no ambiente hostil da mídia nacional. Após alguns anos seguidos realizado no estado do Rio de Janeiro, tomou como exemplo o sucesso da itinerância do concorrente” e mudou de sede. Em 2014 retorna ao Rio Grande do Sul. Talvez devesse ser mais agressivo e explorar outros Estados, uma vez que a cultura de realização desse tipo de evento no sul do país é algo, de certa maneira, corriqueira. É necessário atingir outros públicos. O miss Mundo Brasil necessita de um projeto renovado e atrativo.

Algumas mudanças relevantes, como as que acabamos de mencionar, já são notórias. As mazelas agora residem na estrutura interna.

Quando falamos da inexistência de sinergia, queremos explorar a finalidade de cada miss eleita, por exemplo. Alguns dizem: - isso não é da sua conta. E podemos e devemos responder que, enquanto tivermos certames dirigidos por pessoas e grupos que proclamam independência em detrimento da opinião do público, estaremos atados enquanto organização.

Queremos nossos certames cada vez mais prestigiados e reconhecidos; queremos ver nossas misses eleitas sob a égide de projetos sólidos; precisamos que elas sejam amparadas com tempo suficiente para consolidar sua condição de miss Brasil e representantes do Brasil em certames internacionais. Uma miss tem que ser mais uma “funcionária” da Organização, que, apesar de ser a funcionária-de-luxo tem que suar a camisa, em claro português, trabalhar duro – mas, precisa ter respaldo para isso.

É imprescindível, enfim, um abraço hermético entre organização, coordenações, candidatas e público. Isso também pode significar respeito mútuo e engajamento individual – somente assim alcançaremos unidades coletivas necessárias para atrairmos o sucesso. E que o sentido de hermético fuja do convencional e traga uma acepção benéfica, justa, perfeita.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Fragmentos de uma vida… (III)

O sol já descia entre os prédios. Aos poucos intensificava o costumeiro vai-vem de pessoas e carros. Uma agonia de sons misturava-se em um zumbido disforme à percepção humana. Buzinas, vozes, gritos, freadas bruscas, semáforos fechados, trote de cavalos sob ferraduras, toques de celulares, carros de som ainda em atividade, ofertas das lojas de calçada, passos de chinelo, sapatos, gritos de pega-ladrão, sirenes de polícia, bombeiros, viaturas de socorro… e, ainda, os sons peculiares produzidos pela revoada de pombos sempre presentes na Praça Central naquele horário.

Envolto naquele louco cenário urbano, um casal de jovens, dentre tantos que ali passavam ou estavam, balbuciava palavras que, observado de certa distância parecia comunicar-se por mímicas.

- E então, como andam os treinos? Quis saber ele.
- Intensificamos nos últimos dias. O dia “D” está chegando. Respondeu ela sem se alterar.
- E qual é o sentimento agora? Ele a instigou novamente.
- Sempre há uma certa apreensão, afinal é um jogo do qual preciso sair com a vitória.
- Encara como um jogo, apenas?
- Força de expressão. Ela justificou.
- E por que precisa tanto ser a vencedora?
- Ora… porque me preparei para esse dia. Respondeu ela simultaneamente, ao esfarelar migalhas de pão ao chão, aos pombos que já ameaçavam impaciência.
- E acredita que foi suficiente? Preparar-se para apenas um dia foi o bastante? Questionou ele sem para isso encará-la.
- Acho que sim.
- Você acha? Dessa vez ele a encarou. - E quanto às demais, já lhe passou pela cabeça que elas também estarão preparadas?
- Claro.
- Acredite, de todos os preparados, o único vencedor será aquele que tiver a certeza plena que está pronto. Nesse caso pronta. E quando nos preparamos devemos fazê-lo para a vida inteira e não para um mero dia.

Ela sorriu, ele não.

- O que foi? Indagou ela.
- Nada não. Respondeu ele a olhar com displicência o movimento, avenida acima e abaixo. - E quando será o evento?
- Em pouco mais de um mês.
- Em pouco mais de um mês e você acha que está pronta?

Ela não conteve um riso moderado.

- Está me saindo um belo ranzinza.
- Ainda que ranzinza, ao menos belo. Ele gracejou.
- Está certo, senhor sabichão, depois de meses sob treinos intensivos, realmente, não devo dar-me às incertezas. Sinto-me, sim, apta à buscar a vitória.
- Bravo, garota! Comemorou ele. – Quem a olha percebe uma mulher determinada e bela; cheia de vida e muito inteligente. Mas, ser tudo isso de nada adianta, caso você mesma não se perceba assim. E ter essa percepção não é tão difícil o quanto dizem por aí. És jovem demais, e há muitas verdades na vida que somente vem à tona com a experiência. Por outro lado, o ser velho não é pressuposto à experiência. Compreende?
- Claro e evidente.

Ela encostou no ombro dele e sorriu ternamente.

- Percebo isso claramente. Você é a prova disso!

Ele a recebeu com carinho e sorriu.

- E a sua família? Questionou ele.
- Apoio incondicional.
- Muito bom. A família é um suporte importante. Mas, no momento oportuno, devemos alçar voo próprio.
- Vai me ver lá? Quis saber ela.
- Certamente.
- Certamente?
- Farei alguns trabalhos fora da cidade. Não sei ao certo quando estarei de volta.
- Já havia me dito isso. Mas se cá estiver, seria capaz de ir lá me ver?
- Claro que sim. Irei com maior prazer. De qualquer forma estarei torcendo, lá, ao vivo ou pela TV.

As luzes nos postes já anunciavam a chegada definitiva da noite, idem os farois de alguns veículos. O cenário continuava frenético, todavia, desprovido da luz natural.

- Nossa! pasmou-se ela. – Já é noite, preciso ir.
- De fato.
- E quando será a sua viagem? Quis saber ela.
- Em dez dias.
- Nos veremos até lá?
- Claro que sim. Mas, ocorrendo algum imprevisto, peço que jamais esqueça que estarei contigo, ainda que não perto o bastante.
- Sim, sim…
- Tem certeza que não precisa de carona hoje? Ele quis saber.
- São apenas duas quadras e eu amo andar a pé.
- Como quiser. Observou ele com ar relutante.

Despediram-se. Ela postou-se a andar.

-Ei! Ele a chamou. – Lembre-se também: “somos o que, repetidamente, fazemos”.

Ela voltou-se sorridente. Olhou em volta a buscar argumentos e o encarou graciosa.
- Este eu sei: Aristóteles?
- Disse que sabia. Por que a dúvida?
- Sim. Aristóteles disse isso. Eu tenho absoluta certeza.

Ela sorriu arteira, jogou ao vento um beijo e foi-se, enfim. Ele com aspecto sereno, esticou-se no banco frio da Praça Central, envolvido num bocejo incontrolável e longo.

- Ela é incrível! Balbuciou para si antes de juntar alguns pertences, adentrar o automóvel e desaparecer cidade adentro.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

MBS/14 – Nasce (+1) um concurso de beleza no Brasil

Salve, Salve! Em 2014 teremos o privilégio de ver o nascimento de mais um concurso de beleza em terras-anis. Eis que surge o Miss Brasil Supranacional – MBS, que coroará a representante brasileira para a etapa internacional, o Miss Supranational. É um certame relativamente novo, contando apenas com cinco vencedoras, portanto, 2009 a 2013.

Recentemente fora anunciado em fóruns e redes sociais que a primeira edição da etapa tupiniquim será em 01 de maio de 2014. É uma data emblemática. Maio é um mês bacana, lembra mãe, que lembra amor, que lembra flores, que lembra rosas, que lembra mãe de novo, que lembra trabalho.

Trabalho. Esperamos que a escolha deste dia 01 de maio não tenha sido mera coincidência e que os “donatários” desse novato que ora emerge nas águas obscuras dos certames nacionais, realmente se disponham a trabalhar e a apresentar um resultado condizente com o mínimo necessário.

Candidata de MG - Vice
No que compete ao padrão das candidatas até aqui indicadas por Estado, havemos de imaginar que teremos um evento de qualidade. A maioria, senão todas as possíveis participantes do MBS, já podem ser consideradas veteranas de palco, tanto por serem modelos profissionais, como por já terem competido em outros segmentos do mundo-paralelo. Mas, sabemos também que ser veterano de palco, não predispõe capacidade e condições de competir, aí, nesse sentido, reciclar nem sempre é a garantia de sucesso.

Até aqui, já se percebe claramente de quem será a hegemonia no Supranacional Brasil: do estado de São Paulo. Observando de forma rápida e panorâmica são visíveis três paulistas, representando os estados de São Paulo, Piauí e Maranhão – todas vindas do miss Universo São Paulo 2013. Mas, isso não é ruim se o certame for conduzido com transparência.

O Miss Mundo Brasil – MMB, faz isso ano após ano. De mais de trinta participantes, pelo menos quinze serão gaúchas, uma vez que cada ilha e ponto turístico do Rio Grande do Sul surge na pele de uma filha do Estado. Reforcemos, isso apenas abre o leque na hora da competição, se predominar a lisura.

A bela miss Maranhão é de Araras SP
No entanto, dado a estreia do novo certame brasileiro, não podemos cometer a insensatez em afirmar que tal procedimento será adotado. O outro lado da moeda também deve ser considerado, ou seja, é o primeiro evento e não há estrutura suficiente nos estados para a eleição tempestiva de “candidatas nativas” – procedimento defendido por grande parte dos admiradores de concursos de beleza.

O que esperamos é um belo show, pois teremos verdadeiras modelos na passarela, além de belíssimas, algumas visivelmente inteligentes. Mas, mesmo em um certame que resgata ao seu palco a frenética e espontânea apresentação de uma modelo de passarela, não é preciso repetir que apenas parecer inteligente não basta. Tem que ser inteligente, além, óbvio, da beleza física. E Mostrar serviço, suar a camisa, afinal será em 01 de maio – dia do trabalho e do trabalhador.

Essa máxima é aplicável aos donos também. À ver.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

MUB/14 - Ano novo, novos erros.

Decepção. Esse é o sentimento que vai tomando conta daqueles que, a cada ano, renovam as expectativas de que teremos um calendário decente de eventos estaduais no Miss Universo Brasil. Falamos do Miss Brasil, versão Universo, porque sabemos que os demais segmentos são quase irrelevantes na memória das pessoas.

Em meados de fevereiro, continuamos com o mesmo número de candidatas para 2014 que já contávamos em novembro do ano passado. E para ficar mais emocionante, consta do portal da Band/Enter (Gaeta?) as datas “tempestivas” da eleição em alguns Estados da Federação. São Paulo, como não poderia deixar de ser, fará eleição para escolher a sua miss, apenas em Agosto.

O Ceará, que por algum tempo ameaçou fazer um trabalho decente, resolveu seguir os passos de São Paulo e também terá sua ultra-tardia eleição apenas no segundo semestre de 2014.

Mais emocionante do que isso, somente quando trazemos à baila os Estados que nem sequer sabem se farão eleição ou terão suas coadjuvantes indicadas dias antes do certame nacional, que aliás, não se sabe mês, dia ou local de realização.

Para todos os efeitos, continua a viger o código da indiferença, do descompromisso, da insensatez para com os eventos, que deveriam ser definidos em largo tempo. Isso muito bom seria, tanto para se ter um evento planejado como para se demonstrar o respeito necessário ao público.

À bem da verdade, o público brasileiro já nem espera uma melhora significativa nesses eventos. Especialmente, depois da eleição da miss Universo Brasil 2013, há apenas 18 dias para se apresentar a concentração do Miss Universo em Moscou, na Rússia.

Tudo indica, que em 2014 teremos (novamente) um festival de candidatas incapazes de feitos mínimos, desprovidas da mínima segurança para encarar um palco da magnitude do Miss Universo Brasil. Assim, perdem os “donos”, as candidatas, o público… perde o Brasil.

Do outro lado, taí uma chance de ouro dos demais segmentos miss’ológicos brasileiros angariar adesão do público desgarrado. Com a constante indiferença, intrínseca ao miss Universo Brasil, as portas do sucesso se escancaram aos demais segmentos (Mundo, Terra e agora, o Supranacional) que buscam, timidamente, um lugarzinho nos holofotes.

À ver o que virá. Ficaremos satisfeitos, caso o cenário sofra mudanças bruscas, no entanto, uma aposta nisso, seria tão certeira o quanto é, alguém vendado, acertar o alvo num quarto escuro.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Fragmentos de uma vida… (II)


Era bem cedo quando ela desceu do ônibus. O ponto ficava exatamente em frente ao seu destino, mas, no lado oposto daquela movimentada avenida. O semáforo não demorou muito a ficar vermelho e liberar a faixa de pedestre na medida em que os carros, um a um, iam parando. Ao som característico, indicativo de faixa livre, ela misturou-se à multidão de trabalhadores a transpor a larga e movimentada rua.

Na fachada do prédio de três andares repousava em letras garrafais-ornamentadas, as iniciais – CTM. Um leve cumprimento ao recepcionista e ela subiu, decisivamente, as escadas.

- Bom dia, saudou uma jovem senhora de pele negra e cabelos naturalmente ondulados um pouco abaixo da altura dos ombros.
- Bom dia, respondeu ela contraindo a face num sorriso amavelmente iluminado.
- Chegou cedo hoje, observou a senhora sob nuances interrogativas.
- Verdade, o dia será minúsculo. Preciso adiantar o treino, aproveitar o maior tempo possível.

A mulher sorriu e continuou a abrir as persianas das janelas envidraçadas. A luz natural iluminou o salão espelhado. Ao se voltar, interpelou.

- Acha mesmo que vale a pena tanto esforço?
- Não, eu não acho. Rebateu sem olhar a interlocutora, enquanto vislumbrava a própria imagem nos espelhos que tomavam toda a parede defronte. Diante da expressão incrédula da jovem senhora ao lado, ela sorriu.
- Eu acredito. Tenho certeza que todo esforço é um aprendizado. Achar é a primeira lição a ser desconsiderada. O achismo é um horror.

A mulher sorriu, balançando negativamente a cabeça. – Vendo-a falar assim fica difícil não acreditar também. Conte comigo, sempre.
- Eu sei que posso contar. Vamos começar então?

Uma melodia ritmada ressoou e ela passou a andar, pra lá e pra cá, com paradas regulares e gestos estratégicos, flertando consigo mesma; repetindo à exaustão.

Horas mais tarde o interior dos prédios, aquele inclusive, já fervilhava.

- Consegue mesmo ler esse tipo de livro? Indagou a senhora d’antes, enquanto ela já se preparava para deixar o treino, tempo depois.
- Oh, sim! Respondeu.
- Não é todo dia que vemos uma menina tão jovem interessada nesse tipo de literatura. Nem as escolas ensinam mais isso. Muito menos incentivam tais leituras.
- Isso é verdade sim. Não leio pela escola, leio por mim mesma.

A mulher recuou instintivamente.

- Não, não, por favor! Não fique constrangida. Leio de fato por mim mesma, acredite. Disse ela com explícita cordialidade. As escolas ignoram a literatura, como você mesma disse. Sendo assim busco ler clássicos por conta própria. E, principalmente, por incentivo dos meus pais.

Não me constrangeu, querida, remendou a mulher, fico feliz por buscar caminhos que vão levá-la ao sucesso, sendo indiferente, o âmbito dessa vitória. Quem tem conhecimento jamais será um perdedor, essa é a grande verdade.
- Obrigada, minha amiga! Bom, preciso ir, a tarde é curta e as 17h20, em ponto, tenho que marcar presença no largo da Praça Central.
- Ainda a observar o homem-dos-pombos?
- Ele é muito simpático.
- Falou com ele, exasperou-se a mulher.
- Sim, tomei coragem e o abordei.
- Oh, meu Deus! Minha querida, isso é muito perigoso. Não o conhece.
- Ora, que mal há? O que poderia acontecer em meio a uma praça repleta de gente e pombo? Já até confidenciei à minha mãe. Trata-se apenas de um novo amigo do acaso… e meu, agora.

Ela sorriu maliciosamente, agarrou os pertences e bateu em retirada. A cidade, como sempre, estava frenética e lá se foi ela a contabilizar mais um ser naquele emaranhado de artérias pulsantes e concreto armado e escaldante.

Tratava-se de O Banquete, o livro lido àquela ocasião pela jovem visionária. De Platão.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Inspirações universais no miss Universo 2013

Sabe aquela dúvida: quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?

Cabe aqui: quem inspirou quem?
Renata Fan - ao apresentar o Miss São Paulo 2013 - Agosto/2013.

Gabriela Isler - Miss Universo 2013 - Novembro/2013.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Nos certames de beleza, nem sempre a vencedora ostenta o título



Não é de hoje que sabemos da impossibilidade de se agradar a todos. No mundo-paralelo a incidência dessa máxima é constante, ano após ano. E não poderia ser diferente, tendo em vista que o alvo principal nesse universo é a beleza e suas nuances.

Quando falamos do Miss Universo, o principal concurso de beleza da atualidade, os ânimos e as críticas entram em ebulição. Já em 2012, foi estarrecedor o resultado com a eleição da apática Olivia Culpo. Desengonçada e destoante, ela conquistou, por milagre oculto, os jurados e venceu por um mérito impossível de ser aferido, mesmo após se ver e rever o certame.

Sempre que ocorrem fatos assim, o público anseia pelo ano vindouro na esperança de que ocorra uma retratação; que a banca julgadora seja mais feliz na escolha da substituta. Em 2013, infelizmente, as expectativas foram frustradas, solapadas em sarjeta indecorosa. Novamente, a Organização do Miss Universo demonstrou um alto índice de fisiologismo impregnado em suas ações.

Muitos afirmam que há nuances que o telespectador não consegue perceber e que eventuais vitórias, como a da venezuelana em 2013, são explicadas pela condição privilegiada da banca de julgadores, frente ao palco. Com a tecnologia que temos hoje e a qualidade das transmissões, havemos de crer que tais argumentos não se sustentam. Assim, podemos afirmar com toda segurança que, por beleza e mérito, a noite de 09 de novembro de 2013, no Crocus Hall, em Moscou, foi da miss Equador, Constanza Baez.

Outro momento discutível para alguns, foi a preterição da miss Grã Bretanha ao Top5. A apresentação sex da candidata encheu muitos olhos, mas esqueceram de dosar, especialmente na exposição de gala. O exagero tomou conta e foi-se o sonho da britânica envolto numa performance de dama de cabaré. Por essa linha de visão errou a candidata e acertaram os jurados ao ignorá-la para o Top5, contudo, fora mais forte que a fraca filipina.

Pelo desempenho naquela noite, especialmente após a formação do Top5, a equatoriana sobressaiu-se melhor em todos os quesitos. Não bastasse o desempenho de palco, a contestação fora a mais adequada e segura.

Pelo que nos foi apresentado, teríamos um Top3 com Brasil, Espanha e Equador, sendo a equatoriana a miss Universo 2013, por mérito pleno.

Como sabemos, a realidade fora urdida de forma distinta. “Vencera” a miss Venezuela, uma mulher elegante e desenvolta, cuja longa preparação não lhe garantiu segurança para contestar na noite final. Ainda assim, por razões que muitos julgam fisiologistas, fora a grande escolhida da noite. Hoje, em suas aparições, o público percebe que, realmente, um título de miss Universo é demasiado grande para Gabriela Isler ostentar. Assim como foi o de 2012, para Olivia Culpo.

Não sejamos ingênuos. Para o público, vale a capacidade, a beleza e o mérito da candidata. Já para as organizações os valores podem ser outros, por isso levantamos a hipótese da predominância do fisiologismo em eventos dessa natureza.

Diante de tudo que presenciamos ano após ano, o mais viável a fazermos enquanto público é apreciar as verdadeiras belezas enquanto elas estão no foco dos holofotes do evento (como Equador, Brasil e Espanha 2013). Enquanto do lado de lá, os donatários curtem suas escolhidas da forma que lhes é pertinente.

Aí, somos tentados a questionar: quem será a miss Equador 2013 no miss Universo 2014?