Uma sociedade
sem normas seria um caos. Quando se restringe, trazendo a ideia do âmbito geral para o particular os efeitos tendem à semelhança. Mesmo no seio familiar,
onde tudo tem início, se não há
normas, ainda que tácitas, os desmandos
vigem.
Notório também é que, em alguns momentos, as tais normas mostram-se desnecessárias,
ou porque realmente são obsoletas, ou
embora, sendo imprescindíveis, não são
passíveis de se mensurá-las em uma utilização plena.
Particularizando mais ainda, as normas vigentes no miss
Universo Brasil, certamente se
enquadrariam numa categoria híbrida,
nesse sentido, com regras dúbias, contraditórias e muitas vezes incoerentes. É bem
verdade que vivemos em constante evolução, mas a volatilidade das normas do miss-brasil-oficial, nem sempre deixam
despercebidos alguns retrocessos.
Em 2012, alterou-se
o regulamento (norma) de última hora para
permitir a participação de candidatas que já haviam participado em certames anteriores e à luz dos ditames então
vigentes, não seria viável, menos ainda, possível.
Muito se fala ainda, na obrigatoriedade de uma determinada candidata residir, por no mínimo
seis meses no local que, em tese,
irá representar. Perfeito. Regras
são regras e para uma condução sadia, precisam
ser cumpridas. Todavia, normas do tipo que acabamos de citar, são totalmente desprovidas de qualquer
senso racional. Não remetem à coisa nenhuma;
não instruem um milímetro a mais do
que atrapalham; são imposições,
muitas vezes, fúteis que contribuem para o travamento da
dinâmica do certame. Ser nativo é o grande dilema. Falta, pois, incentivos aos povos indígenas, pois não há mais puro-sangue, por assim dizer, do que os primeiros habitantes dessa terrinha abençoada.
Ora, se o concurso é para promover uma candidata a
miss Universo Brasil, o menos grotesco seria crer que o perrequisito geográfico das fronteiras do país, seria o
limitador, ou seja, a aspirante deveria ser brasileira, não ter nascido ou fincado residência por
parcos seis meses em determinado lugar.
Ainda há a questão
da unicidade por Estado. Aqui, os Miss Terra Brasil e Miss Brasil World têm
demonstrado maturidade organizacional.
Lá, se aceita a brasileira pretensa
miss Brasil de forma independente. O requisito
básico é o mais óbvio: ser brasileira.
Como se percebe, um organismo sem normas a seguir predispõe à mazelas diversas, mas
o excesso delas atravancam o dinamismo,
a evolução e mitigam sonhos e
chances de boas aspirantes, que a
cada ano esbarram no paredão do
conservadorismo excessivo.
Saudemos, sim, as normas para ditar o caminho; ainda que nem sempre venham a semear flores, ao menos tragam poucos espinhos e farpas, pois os que temos na vida “social”
já são o bastante. Ou deveriam ser.