quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os certames de beleza e as misses "bumerangue".



Não... não se trata da popular armazinha aborígene.

Enfrentamos períodos difíceis, ano após ano no mundo-paralelo tupiniquim. Uma das críticas mais constantes é a incidência de miss bumerangue. Explica-se: são aquelas donas que já concorreram em outras praças e anos após resolvem voltar a competir, quer seja por outro estado da federação, no mesmo segmento de concurso ou não - misses que vão e voltam.

Depois do polêmico e turvo miss Rio de Janeiro 2012, muitos creem que qualquer escândalo nesse meio terá sido mera coadjuvância. Não caracteriza heresia ser miss-bumerangue, todavia, esses bate-e-volta precisam de coerência, transparência, competência e mais infinitos "ências", tanto das coordenações quanto das próprias ressuscitadas.

Miss GO13 - 2006 e 2013
Recentemente, "assistiu-se" ao miss Universo Goiás 2013, onde se deu o retorno de uma bumerangue, que já havia sido lançada no longínquo ano de 2006, e reacendeu-se o estopim de críticas e pensamentos maliciosos.

Enquanto espectadores, não tivemos a oportunidade de formar um opinião concisa acerca das candidatas, principalmente devido o formato do tal concurso. As misses foram "avaliadas" em data anterior e quando do jantar-de-coroação já se tinha uma nova miss eleita. E esta foi exatamente aquela que no longínquo ano de 2006, já vestira a farda do estado.

Há mal nisso? Talvez não. Mas não é prudente afirmar com jubilo as artes e as manhas ali apresentadas, pois, repetimos, não nos fora dada a graça de um certame dinâmico e passível de avaliação.

E dá-lhe críticas. Ora, os motivos mais cristalinos para as críticas, nem as águas de Bonito se fazem tão visíveis; tanto no caso recente de Goiás 2013, como no pior Caso Bumerangue da história - o do Rio de Janeiro 2012. Ali houve, de fato, mudança no regulamento aos quarenta e cinco e meio do segundo tempo; houve, de última hora, a indicação da miss Armação de Búzios.

Novamente, atos assim poderiam ser realizados sem a sombra da maldade. São até viáveis, desde que essa viabilidade não venha confrontar e oprimir um direcionamento ético dentro do mínimo esperado aos(às) demais participantes. Percebeu-se que o que se criticava (à época), em verdade, (no caso do RJ2012), não era o fato de ter-se mudado um regulamento; de uma duas ou dez candidatas serem indicadas; de se namorar sub ou pseudocelebridade; de ser o bom, o coordenador “a” ou “b”. A revolta pairou sobre e unicamente na forma, na maneira escusa como tudo fora arquitetado.

Logo, presume-se que os retornos de bumerangues deveriam ser melhor arquitetados para preservar a idoneidade das organizações e, principalmente, a imagem das misses que correm o risco de sair com o currículo manchado, como foi o caso da miss Rio de Janeiro 2012.

Seria patético a manutenção de regras excessivamente rígidas em relação aos concursos de beleza, portanto, não se deve condenar uma candidata ao purgatório-missológico ao ponto de enterrar um sonho, por já ter essa participado de uma edição do miss universo Brasil, por exemplo. O retorno das veteranas deve ser recebido, sim, com excelência, mas se, e somente se esse retorno não ocorra pelas vias de contra-mão. Caso voltem por sóbrios caminhos terão apoio incondicional e verdadeiro, quando verdadeiros forem também os meios.

Por último, nos arredores do silêncio continuamos a observar com atenção; havemos de perceber que sonhos todos têm e que, sendo estes espectros individuais e muito particulares não se deve concebê-los regados ao oportunismo. Nem tampouco vestir a camisola da cobiça e indiferença a achar que o sonho do próximo seja menos importante ou até mesmo inexistente pela patética razão de não ser o sonho teu.

Sonhar é preciso... mas deve está contido na parcimônia.

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