sexta-feira, 10 de maio de 2013

Certames de beleza - divergências entre o velho e o novo.


Difícil é segurar os ânimos quando gostamos de alguma coisa ou de alguém e quando esse alguém ou essa coisa é ofendida; ou mesmo quando julgamos que seja. O revide é uma reação natural e impetuosa. Nos fóruns e demais redes sociais isso é uma constante. Uma constante boa, pois se as brigas são virtuais, não há a possibilidade de agressões mais daninhas à pessoa ou coisa agredida.

Agora, o difícil mesmo, tratando-se de mundo-paralelo é a constatação que a cada ano temos mais erros do que acertos e mesmo assim continua-se a errar. Chega-se a imaginar que nada adianta os elogios aos acerto (sim, eles existem), as críticas e até as ofensas... o cenário tende à mesmice.

Impotentes, indagamos onde estarão estacionadas as mentes dos consultores “modísticos”, dos “experts” em passarela e preparação, dos assessores dos manda-chuvas e dos próprios manda-chuvas que insistem em eleger candidatas sem a mínima noção do que seja um concurso. Muitas vezes em nome de uma tradição arcaica e saudosista. Algumas moças não apresentam a menor noção ou domínio de passarela e expressão corporal; requisitos imprescindíveis para uma aspirante ter destaque e o sucesso que a própria moça merece ter.

Em outras ocasiões, insistem em eleger modelo fotográfico. A candidata não deve ser avaliada apenas nesse quesito. Por esse quesito, qualquer pessoa comum (do povo) poderia ser apta. Ocorre que os concursos não são de fotografias, são de beleza e esta engloba: passarela, presença de palco, atitude vocal e expressiva, ousadia e muitas etecéteras mais. E com isso não se nasce, se aprende. E esse aprendizado não se absorve em uma semana, em dois ou três meses... se aprende com tempo nunca inferior a seis meses, no mínimo.

A dona que almeja ser miss hoje e que seja desprovida de uma passarela-serpenteada ou apresente oratória minguada, tem um leque de opções. Dentre elas: 1. desistir dos palcos e migrar para modelo fotográfico; 2. entrar num curso de passarela e aprender a pisar num tablado, bem como desenvolver a oralidade. Isso porque ser miss hoje exige ser modelo de passarela.

A grande dificuldade nesse ponto é a visão deficitária estacionada na escolha da candidata, ou seja, dos condutres dos certames, e nessa onda de equívocos, muitas são preteridas e no lugar destas é colocado o velho e tradicional padrão dos anos 50 a 70, do século passado. Assim, o resultado interno é o sucesso para as "limitadas", que chegam ao exterior e dificilmente serão notadas nas competições.

Este ano de 2013, o cenário TARDIO do miss Universo Brasil (MUB) não nos permite abandonar o "pessimismo" por completo. É certo que alguns estados continuarão na mesma e velha linha de miss-modelo-fotográfico e, tendo o histórico que temos, é compreensível o ceticismo de algumas pessoas, se "aquelas" misses não serão eleitas em detrimento das misses-modelos que, nitidamente, têm força para competir nos palcos internacionais.

Não se pode também atribuir os louros apenas às misses-modelos. É bem verdade que ser bonita e padronizada, mas não ter expressividade de miss, vai amargar derrotas da mesma forma. Ser modelo, apenas, é fácil. Ser miss, apenas, também é fácil. Mas hoje o "mercado" pede uma miss-modelo e uma modelo-miss. Ou seja, dois em um (ou duas em uma). E para ter uma mulher dessas, elegendo uma “bunitinha”, faltando dois ou três meses para a competição principal é, a cada ano, atirar no próprio pé.

Pode ser bobagem tudo isso, mas até as bobagens trazem pertinências em algum momento.

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