sábado, 9 de janeiro de 2016

Miss Brasil - 2016 ainda não será o ano que queremos

Passado o frenesi provocado pelo Miss Universo, o Miss (Universo) Brasil, como ocorre todos os anos, recolhe-se ao fosso particular e hiberna, gostosamente. Assim tem sido todos os anos nas últimas quatro décadas.

Em 2016 presenciaremos toda sorte de descompasso possíveis e inimagináveis nos estaduais; verificaremos eleições tardias e escolhas equivocadas; constataremos que algumas benesses serão dispostas a alguns poucos em detrimento dos demais participantes; ficaremos decepcionados com quase todos os resultados, não por "nossas" preferidas não serem as escolhidas, e sim por ficar claro os métodos obscuros utilizados para o atingimento do fim; em 2016, veremos muitos esganiçarem que desistirão desse passatempo embora não possam cumprir tal promessa; e, continuaremos a gritar que tudo está errado e nada será feito para modificar a metodologia predominante.

Não tratamos aqui de previsão pessimista, ou mesmo otimista, dada a realidade ser bem mais dramática e suja. Trata-se, apenas, em afirmar o óbvio com uma certa antecedência.

Como dissemos, o Miss Universo acabou e com ele o Miss Brasil. Até os dois últimos meses que antecederem a realização do MU2016, não ouviremos falar em Miss Brasil, tanto da pessoa, quanto da organização enquanto empresa (o que talvez nem seja mesmo).

A atuação das misses Brasil (e aqui referimo-nos a todos os segmentos) fica restrita tão somente à fotos pessoais mal tiradas pelas próprias e impostadas em redes sociais, cujo público resume-se a alguns fanáticos bem pessoalizados. Não há, portanto, uma programação ou calendário de atividades decentes que mostre à sociedade o papel relevante que essas (sub)personalidades públicas deveriam desenvolver.

Hoje, não há absolutamente nada que uma miss faça que desperte o interesse das pessoas, do público. Hoje, o papel mais relevante que se percebe de uma miss brasileira é vê-la em trajes menores, praticando malhação em alguma academia, a postar fotos dos corpos sarados (as que os têm, claro); outras nem isso.

Fica, pois, mais que evidente o quão enfermas são essas organizações, entes que deveriam acolher essas jovens mulheres e fazê-las, de fato, trabalhar em projetos sólidos e duradouros. Seria este, um dos passos para o começo da desvinculação da imagem das misses de um simples objeto sexualizado.

Cientes estejamos que, da forma como vem sendo rabiscado esse rascunho continuaremos a ter estaduais descontrolados e fraudulentos; títulos sem projetos; misses incapazes e incapacitadas e reiteradas derrotas das nossas candidatas mundo afora. Tudo isso reflexo das organizações nacionais, cuja organização, mesmo, está restrita, exclusivamente, à grafia da palavra.

Atravessamos neste momento o primeiro mês do ano. Se, até o mês de dezembro os acontecimentos na miss'ologia tupiniquim vierem a nos contradizer, teremos o grande prazer em admitir os erros das análises um tanto insossas. No entanto, o mais provável é que venhamos ratificar tudo o que afirmamos agora e relatar mais alguns pontos indecorosos que nem imaginávamos ser possíveis.

É o que temos, por enquanto. A realidade dos fatos não nos permite esperar muito.

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