terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Os passos vacilantes dos concursos brasileiros... e se não há luz, reinam as...


Última brasileira no MU** - faltou preparo - Após
o "reinado" talvez esteja pronta - será tarde
Após a amazônica frustração com o mundo-paralelo* tupiniquim 2015 e passada a tensão pós MU-Bizarro, refletimos. Quantos já indagamos a nós mesmos: onde erramos? Por que não funcionamos lá fora quando é chegada a hora? Não nos querem as organizações? Não nos querem porque somente enviamos morenas-brancas? E quando mandamos louras? Não nos querem porque deveríamos mandar negras?

Há questionamentos de toda sorte possível e, acredite, nenhum deles serve de base para darmos uma resposta exata e verdadeira. Nenhum deles será plausível, caso excluam as questões ligadas à realização de certames sérios e tempestivos compostos por comissões julgadoras que, de fato, saibam o que estão fazendo enquanto juízes.

Não precisamos de nenhum conhecimento especializado para aferir os equívocos nos certames brasileiros – temos dito e reiterado; não carecemos ser pós-graduados em moda e estética para saber o que é belo, apenas, e o que é belo e potencialmente competitivo; não é preciso ser “mago” para preparar e aperfeiçoar uma atleta de palco se existir uma instituição que ampare, dê suporte para que metas sejam alcançadas; não é possível alcançar mérito algum se inexiste empenho, organização e afinco integral das partes envolvidas.

É imperioso lembrar que o ano de 2015, que já é passado, no mundo-paralelo tupiniquim está apenas começando. A miss Brasil 2015 está a todo vapor, cumprindo uma tal agenda que não se sabe bem qual é, e nem para que serve. Aquela velha máxima que pregam todas as brasileiras: “vou ao MU e depois volto ao Brasil para cumprir a agenda”... tornou-se um mantra decorado e entoado por todas as soberanas, ano após ano. Admitamos, perdedoras.

Qualquer ser minimamente pensante vai entender que uma das motivações maiores de uma miss (senão a maior) é a sua preparação e/ou aperfeiçoamento que a habilitará, do ponto de vista da competição, ao certame imediatamente maior que o atual. Assim, a do município deverá ter tempo e vontade para chegar bem ao estadual; este por sua vez conquistado, a motivará a vencer o nacional que a levará àquele internacional, consequentemente, mais difícil, mais exigente. Isso significa que a comissão de frente dos certames brasileiros pode estar infestada de mentores desprovidos de cérebro.

Mas, para que serve uma miss Brasil eleita às portas dos concursos internacionais, algumas, com menos de um mês, entre a eleição nacional e a concentração mundial? 2015, comprovou que a escolha de uma representante despreparada e sem tempo mínimo de preparação e apoio é o mesmo que não enviar candidata alguma.

Raras vezes, tivemos a felicidade de acertar as escolhidas, cuja capacidade e força são partes arraigada às respectivas personalidades (2011, 2012 e 2013); outras vezes, quando temos a sorte de escolher a melhor performance, como aconteceu em 2014, ainda será possível vislumbrar pontos positivos; isso quando não as desconstruímos com o parco tempo disposto entre a eleição e a confinamento no internacional.

O aperfeiçoamento de uma candidata não deve acontecer para garantir o título máximo em todas as competições, todos os anos, por óbvio. Ele é imprescindível para garantir que o país tenha uma atuação decente através de sua representante; que passe a quem assiste e acompanha, a certeza que houve empenho real e não apenas retóricas de praxe, e decorebas, que pregam o "dei o meu melhor". Isso não basta. Dar o "seu" melhor não justifica um desempenho tosco, mormente quando o melhor é preparar a si mesmo. Quando o trabalho é levado a sério por todos os envolvidos, mesmo diante das derrotas, termos chulos dessa natureza não são cabíveis, porque desnecessários; quando há a certeza do empenho máximo, as justificativas são dispensáveis.

Não há, portanto, como sustentar a ideia da rejeição discriminada, pregada por alguns. Não há fórmula exata para se eleger uma miss Universo ou miss Mundo, mas qualquer que seja a postura adotada, ela passará, necessariamente pelos fatores: tempo, preparo, investimento, seriedade, comprometimento e dedicação exclusiva de todos os envolvidos. Diferente disso, de nada adianta a escolha de candidatas brancas, morenas-brancas, mulatas, negras, ruivas, índias ou louras; não fará a menor diferença ser genuinamente brasileiras (o que seria isso?), descendentes de alemão, italiano, francês, japonês, português ou aborígene.

Numa preparação pífia, desconexa e descomprometida como é a dispensada às misses do/no Brasil, qualquer que seja a região, a cor ou a estatura, elas serão apenas aquilo que a situação lhes permitem ser: meras e nulas presenças. Assim o Brasil tem atuado, com raríssimas exceções, nos certames internacionais nos quais participa.

* mundo dos concursos de beleza
** Miss Universo

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