domingo, 7 de fevereiro de 2016

Concursos de beleza brasileiros - não há luz, nem haverá!?

Quando olhamos o cenário real e cotidiano do mundo-miss tupiniquim é impossível disfarçar o gosto amargo que dele advém. Esse retrato é estampado numa realidade abstrata semelhante a um sonho (ou pesadelo) recorrente, isto é, que se repete a cada cochilo. E desemboca no único ambiente possível àqueles que não primam pelo empenho e dedicação: o fracasso.

Nos últimos anos observados constatamos que os mesmos erros são repetidos à exaustão. E quando falamos do mundo-miss tupiniquim nos referimos a todos os segmentos de concursos de beleza realizados no país e em especial aos dois principais, logo, mais relevantes: o Miss (Universo) Brasil – MUB, e o Miss (Mundo) Brasil – MMB.

Cada um deles envolto em seus casulos de mediocridade a levitar, como em animação suspensa, sustentados por uma presunção desmedida que inevitavelmente os corroem a cada ano. A forma de pensar de seus mentores é extremamente elitizada, ou segregada; os conselheiros do absurdo são os mesmos desde que nasceram os concursos dessa nova era, significa dizer que eles nunca admitem renovação de seus quadros; aquelas figuras carimbadas são vistas atuando ano após ano sem nenhum mérito que justifique tal atuação - por isso os erros sucessivos; desse grupo de elite, não raras vezes, estão presentes os aprendizes de anos anteriores, o que é até natural, uma vez que foram moldados para dar segmento à lógica medíocre de eleição e despreparo que culminará num único e conhecido alvo: a derrota.

Concurso de beleza não é questão de sorte ou brilho de momento como muitos tantos míopes tentam difundir e enganar os outros e a si mesmos. Esses eventos são carregados de alto teor competitivo, político-negocial e de lucratividade. E é assim que devem ser. Mas, quando falamos em lucro, não devemos confundir com a infame prática de compra e venda de títulos e sim, em angariar adeptos (público), empresários e toda sorte de gente que possa contribuir para se chegar a um evento sadio e que inspire respeito e confiança.

Quem investe em um evento, não procura levar o título para casa; quem investe o faz porque percebe um evento sério e capaz de difundir a sua marca e atrair mais clientes; e isso somente será possível no dia em que os concursos de beleza brasileiros se voltarem para um horizonte mais iluminado, portanto, menos nebuloso e individualista.

Nesse ponto fica muito claro que os certames, por essas terras, servem, unicamente, para realizar os sonhos individuais de alguns poucos e poucas, que dentro daqueles casulos estão. Em inúmeras edições não é possível perceber sequer competição, o quão direcionado é o desfecho do evento. Isso destrói qualquer pilar que porventura seja ensaiada uma construção; isso desfaz sonhos e empobrece, a cada instante, um evento que deveria ser abastado em virtudes, beleza e sucesso.

Miss Brasileira após MU e MW!
O ciclo 2016 ainda não começou embora já estejamos no mês dois, do calendário. O ciclo miss’ológico anual deve começar em meados do ano, como de praxe e, novamente, teremos eleições estaduais às pressas; eleição nacional intempestiva e misses-candidatas eleitas imaturas e sem tempo para aperfeiçoamento mínimo, destinadas a fazer figuração no Miss Mundo e Miss Universo.

No período do ano que avança, se tivéssemos organismos sérios, nossas representantes nos dois certames internacional de ponta, já deveriam estar eleitas e trabalhando como verdadeiras misses devem trabalhar; e seus mentores já distribuindo competência para os estados escolherem as representantes para 2017, cuja eleição, necessariamente, deveria ser um ano antes, portanto, em 2016.

Lembramos que um calendário assim está apenas no imaginário daqueles que almejam eventos sadios, mas esses visionários sonhadores estão fora do casulo da prepotência e fora dele permanecerão.

Enquanto público já estamos aptos a assistir os mesmos descalabros dos anos passados, a repetirem-se com a recorrência que nos referimos anteriormente; enquanto público já nos preparamos para engolir a seco esse coquetel indigesto que nossas organizações nos brindam a cada edição. E, em sendo assim, com a certeza de que nada será feito para minimizar o dramático cenário, enquanto público, assistiremos impassivos mais uma onda de derrotas a nos varrer dos palcos mundo afora.

Não culpemos o pessimismo, nem as candidatas (que também têm suas parcelas de culpa) culpemos os mentores e mandatários que se deixam conduzir pelo fascínio à cegueira do orgulho e individualismo.

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