segunda-feira, 27 de maio de 2013

No Brasil não se elege uma miss; elege-se uma candidata para o miss Universo.

MUniverse 1968 - Última
Há 45 anos o Brasil não elege uma miss Universo. Muitos indagam o que há de errado com as mulheres brasileiras, especialmente aquelas que representam o país no miss Universo. Respostas têm para todos os gostos, embora a verdadeira razão seja apenas uma: o amadorismo dos comandantes.

O amadorismo em referência não significa a falta de profissionais capacitados para orientar uma candidata a ser miss; diz respeito à maneira como conduzem e interpretam a evolução do certame no Brasil. O que seria isso?

No Brasil é latente a “cultura” de se eleger uma miss “preparada” (nos estados) para nos representar no miss Universo. Eis um dos erros mais grotescos. Necessitamos de uma miss Brasil ou de uma candidata a miss Universo? Quando se afirma que devemos ter uma miss nesses moldes se estar a jogar por terra o próprio título de miss Brasil, ou seja, ser miss Brasil não é mais importante do que ser candidata ao miss Universo. Daí, deduz-se que, primeiro se elege uma candidata para concorrer no segmento internacional, depois, ao perder o título, torna-se a miss Brasil, propriamente.

Atribuições de uma miss Brasil... ser eleita MU?
Não é raro depararmos com afirmações explícitas de misses Brasil eleitas, dando conta que somente cumprirão a agenda nacional depois do miss Universo. Aí está implícito que a derrota é ato futuro e certo.

Noutras ocasiões, os próprios “preparadores” garbosamente, enchem o tórax ao dizer que “estão preparando uma miss Universo” esquecendo-se de que, para se chegar competitivo em um certame internacional é imprescindível que se forme antes uma excelente miss Brasil. Quando houver ênfase a uma miss Brasil capacitada e com tempo suficiente para alcançar esse patamar será possível imaginar uma miss Universo em potencial. O agir de forma contrária, como vem ocorrendo ao longo de quase meio século, não aceita a reciprocidade como ato-verdade.

Nesse ponto questionamos quais medidas seriam passíveis de implementação. Ora, se a eleição é de uma miss Brasil, não há razão nenhuma para essa escolha mostrar-se siamesa a data de realização do miss Universo. A real é: se o miss Universo for em julho, elege-se a miss Brasil em maio ou junho, do mesmo ano; se o miss Universo for em dezembro, elege-se a miss Brasil em setembro ou outubro, do mesmo ano. Nesse aspecto, o evento nacional "volateia" ao sabor das possibilidades da Organização do miss Universo. Erro crasso da organização pátria.
Apesar de belas, elas não são eleitas em tempo hábil.
Dentre tantas plausibilidades, uma seria a adoção de um período fixo de escolha da miss Brasil. A eleição e a escolhida precisariam ser desvinculadas da necessidade predatória desta sair do evento nacional com a missão de, um mês depois, vencer o miss Universo. Essa realidade caracteriza loucura, desrespeito e amadorismo.

Uma miss Brasil recém-eleita deveria sair do palco compromissada, de imediato, em cumprir sua agenda como a miss Brasil que é, nunca preocupada com sua candidatura ao miss Universo; este sim, deveria constar da agenda como mais um ponto importante a ser tratado no decorrer do "reinado".

Infelizmente, o que elegemos a cada ano é uma mera candidata, uma vez que a miss Brasil, só teremos de fato, após a derrota no miss Universo. Ou devemos crer que uma jovem entre 18 e 25 anos tem condições de sair do palco do miss Brasil e encarar, de imediato, as adversidades de um concurso internacional? É impossível. A preparação nos Estados (quando existe), queiram ou não, é voltada para vencer o miss Brasil. Para as competências de grande porte, os ajustes pontuais são imprescindíveis. E isso, repita-se, não dispomos... nem elas.

Muitos olham tais afirmações sob a ótica do exagero, todavia, constata-se essa realidade ano após ano, durante os últimos 45, quando o despreparo derrota nossas belas candidatas que não tiveram tempo de adequação mínima para compor o time de aspirantes internacionais como reais competidoras. Há, por óbvio, raríssimas exceções. Como bem notado, exceção não é a regra.

Mulheres belas continuamos a ter... tutores inteligentes e estratégicos são as razões do jejum meio-secular. A falta de.

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