O que é preparar uma miss (ou seria uma miss-preparada)? As respostas a
esse tipo de indagação são tão ramificadas o quanto são as vasos sanguíneos do
corpo. Um exagero, alguém dirá. Mas,
se propuséssemos o registro de cada resposta, certamente o arquivo de opiniões distintas seria gigantesco.
No
mundo-paralelo1 há
aquelas teorias mais difundidas, mais latentes e compartilhadas. Para alguns, a preparação de uma
mulher-miss se resume a cirurgias plásticas, principalmente na face, cuja
finalidade seria adequar um rosto em harmonia aos padrões atuais de beleza.
Mas, quais seriam esses padrões?
Como se percebe uma interrogação leva a outra e a outra, até o infinito. Não há um padrão definido, até porque
estamos a falar de beleza e toda a sua carga de subjetividade. Logo, são
padrões e não padrão, objetivo, absoluto.
Em segundo plano aparece a preparação que
envolve a estética do corpo e educação alimentar. Não é raro ouvirmos de candidatas a títulos dos
mais diversos, frases: “agora é
focar na alimentação adequada e muita malhação”… O que antes se resumia a “pregar
a paz mundial” e “miss tem que ser um conjunto” – nos últimos anos vem ganhando discurso diferente e não menos decorado.
Enquanto a grande maioria acredita que uma
preparação se resume a essas
poucas premissas, outros poucos, já perceberam que o universo do aprendizado é
ilimitado. Passa por essas vertentes,
mas não se resumem a elas.
Correções estéticas-faciais-cirúrgicas,
nunca foram nem deveriam ser consideradas preparação de uma candidata que almeja um título máximo de
beleza. São complementos que poderão ser
bons ou ruins, a depender do resultado. Nenhuma miss, jamais ganhou qualquer
título apenas pela força da beleza da face, fosse ela natural ou cirurgicamente construída. Não é por outra
razão que ano após anos criticamos
resultados por acreditarmos ser a eleita “feia” ou não tão bonita o quanto
aquelas que foram preteridas. Isso deixa claro que a preparação de
determinada vencedora não se resume (resumiu)
a realizar procedimentos cirúrgicos em busca da perfeição. A atual miss
Universo, Gabriela Isler, é o exemplo mais notório à ratificar essa afirmativa.
As misses competitivas são aquelas que
apresentam diferencial em seu arcabouço de aspirante que vai desde um corpo adequadamente cuidado e
modelado para uma passarela, até a
demonstração de maturidade, segurança e capacidade de comunicação desprovida de
clichês decorados. Naturalidade e espontaneidade também são adquiridas com
treinamento intenso. Ao abraçar um
propósito é necessário que a candidata esteja disposta a fazê-lo com zelo, afinco
e muita seriedade e isso depende de tempo, muito tempo de treinamento e, claro,
motivos pessoais.
É possível então excluirmos do conceito de
preparação de uma miss as
cirurgias estéticas, educação alimentar e malhação? Não, não é prudente. Tais ações não podem ser consideradas
preparação, mas são requisitos
necessários para se chegar a ela em sua plenitude.
De nada adianta uma jovem se apresentar em
grau altíssimo de instrução, comunicativa e cheia de vontade, se o aspecto do corpo não condiz com aquilo
que se busca numa miss-modelo. Com isso buscamos
uma resposta moderada, de tal forma que possamos englobar todas essas nuances
num conceito mais abrangente, que nos conduza a um direcionamento desprovido daqueles
absolutos a determinado quesito.
A preparação adequada seria aquela que
dispusesse de tempo suficiente para o levantamento e discussão dos quesitos necessários de reparos; treinamento direcionado a apresentação de
palco e passarela; envolvimento com a
mídia e participação ativa em eventos sociais e de moda.
Mas… isso é tudo?
Respondemos: não, não é tudo. São apenas alguns pontos nevrálgicos que
devem ser atacados com intensidade, para assim, começarmos a nos ambientar naquele emaranhado de ideias do que viria a
ser a tal preparação. Para isso, reafirmamos, é necessário tempo, muito tempo e
engajamento. E nenhuma Organização fará isso (a não ser na Venezuela), mas cabe à cada aspirante começar a materializá-la
no momento em que lhes passar pela cabeça adentrar a esse mundo para ser
vencedora e não coadjuvante.
O tempo de “reinado” de uma miss é de um ano. Mas, o tempo de preparação é de uma vida
inteira. Não há porque buscar a preparação em última hora, uma vez que os ganhos serão pessoais e ficarão quando todo aquele glamour passar.
Por fim,
a vida, o empenho próprio nos prepara. As organizações, sejam elas
estaduais ou nacionais, apenas darão suporte
e aperfeiçoamento – o que é muito diferente e bem mais simples de se fazer –
mas, ainda assim requer TEMPO.
1. mundo dos concursos de beleza.
Leia também: http://bsbdocerrado.blogspot.com.br/2013/11/mu2013-quando-preparacao-tempestiva-faz.html
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