terça-feira, 9 de abril de 2013

A política nos concursos de beleza brasileiros.


Há pouco tempo dissemos aqui que a política era um mal necessário. Continuamos a difundir tal pensamento e voltamos a falar do assunto, mas abordando um ângulo distinto.

Escolha da miss Brasil 2011 gera polêmica e
força a Band e entrar no jogo.
É do conhecimento de todos que após a eleição da MUB11, sobrecarregada de polêmicas, pré, pós, pros e contra – a Band declarou que tomaria as rédeas da charrete-desgovernada, até então, e buscaria reavê-la aos trilhos, por intermédio da Enter – empresa do Grupo principal, especializada em grandes eventos.

Uau! Tivemos um avanço significativo. Após uma década, limitando-se a apresentar o evento e a transmitir o miss Universo, a emissora não costumava declarar publicamente que semelhante evento (o miss Brasil) fazia parte da sua grade, ainda que limitado a uma aparição anual.

Veio 2011, realizou-se o 60º Miss Universo (MU) em São Paulo e nasceu a Enter (ao menos atuando dentro do segmento Miss Brasil) de forma brusca e prematura... e, pelo visto, continua na incubadora da UTI-neo-natal.

As especulações que circundaram um suposto prejuízo milionário advindo da realização do MU/2011 no Brasil, jamais passaram a meras especulações como bem se disse. Nunca se ouviu falar em fontes fidedignas que nos dessem conta de que tamanho rombo tenha de fato sucedido.

Ao que nos parece, enquanto observadores, correu tudo dentro daquilo que se esperava. Política, já sabemos, é uma prática que a emissora parece não apreciar tanto, se classificarmos sua atuação como condutora de um evento internacional do porte e nível do Miss Universo. Já agora, ao indagarmos, aleatoriamente um cidadão brasileiro se ele assistiu ao Miss Universo no Brasil, a resposta será negativa em quase 100% (cem por cento).

Mesmo entre os adeptos de TV aberta a ciência do feito é irrisória. Faltou, pois, a prática da política pelo diálogo, quer seja com o telespectador, quer seja pela busca de parceiros. Pareceu-nos evidenciar a síndrome-da-galinha-choca – aquela fase em que a ave abraça todos os pintinhos recém-nascidos e não permite que ninguém os toque. A Band quis fazer tudo sozinha, mas a carga pode ter pesado demais.

Recentemente soube-se que o coordenador do Rio Grande do Sul, passaria efetivamente a “comandar” o certame nacional. Até aqui, tudo certo. A pasmaceira foi o comandante-egresso admitir que estava consolidando de vez uma “parceria” que já durava longos 14 anos.

Tudo bem? Tudo bem... Tudo bem nada. Já se foram 14 anos (agora 15) de parceria entre a Band e a Coordenação do RS e nesse interregno foram eleitas 08 (oito) “beldades” gaúchas.

Não podemos nos furtar a um questionamento: terá sido coincidência, competência, conivência ou conveniência? Com exceção da competência, as demais hipóteses estão umbilicalmente ligadas à política, ainda que a política do mal.

Como isso é possível se acabamos de admitir que a política não é tão apreciada por lá? Bem... então, como é possível um coordenador eleger oito pupilas miss Brasil em 14 anos, sendo este parte integrante do comitê principal? Agravante: nem sempre a pupila vencedora foi necessariamente a melhor.

Na Administração Pública – onde a política do mal é onipresente – sabemos como denominar tais atos. E na administração missológica-direcionada, como devemos nominá-la?

Não é prudente desmerecer algumas vitórias, considerando o período preparatório. Não obstante a isso, ficamos com as questões em aberto até que um “doutor” desenvolva uma teoria clara e convincente.

Se bem que num mundo onde um tiranete maluco vira santo, um homofóbico-racista decide sobre os direitos das minorias e dos descamisados e um presidente se diz "cego" mesmo com os olhos perfeitos, meras oscilações fraudulentas parecerão normais... tudo é possível.

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