quarta-feira, 10 de abril de 2013

Concurso de beleza e as tendências determinantes.

Não há como negar que somos uma espécie cujos anseios são ditados em muitos aspectos, pela tendência. Portanto, dizer que somos tendenciosos não será uma ofensa.

Somos tendenciosos quando entramos numa loja e procuramos o que está na moda; caso não perguntemos o vendedor logo se prontifica: este-é-o-último-lançamento. E você, tanto quanto eu, meio que automaticamente, já guarda aquela tendência.

Somos tendenciosos quando percebemos que aquele celular não nos satisfaz mais; as funções são limitadas, daí precisamos de um mais moderno.

Somos tendenciosos até com as cores, e, principalmente, com elas; quem nunca ouviu falar das tais cores da estação? Somos tendenciosos em achar que o certo muitas vezes é certo apenas porque aquele pensamento de “certo” é o que predomina.

Fomos tendenciosos (e felizmente há séculos) até em acreditar que a cor da pele era motivo de desmerecer alguém. Uma tendência fruto de um fundamento inconsequente, muitas vezes ainda vigente; e somos tendenciosos também a essa volatilidade de mudanças, que em certos aspectos é até positiva; levantem-se aqueles que, de alguma forma, já sofreram as privações que acabamos de comentar. Convenhamos que um número considerável haveria de manifestar-se.

No tal “mundo da beleza” a tendência grita, ou melhor, é gritante. Arrumam-se conceitos para tudo. Temos a beleza comum, a beleza asiática, a indiana, a europeia, a latina; e, não bastasse ser latina, ainda há as subdivisões: latino-americana (que é latina), espanhola (que é latina e europeia), italiana (que é latina e europeia), lusa (que é latina e europeia), francesa (que é latina e europeia) e pasmem, brasileira (que é latina e americana) – Vejam o que a tendência é capaz de fazer! E o que é mais hilário, beleza americana-americana (dos Estados Unidos??? – o anglo-americano do norte do continente americano.

Apenas a título de esclarecimento, pra não ficarmos com uma ideia meio “boiada” – latinos são todos os povos que trazem no tronco do seu idioma oficial o velho, bom e quase esquecido LATIM.

Voltemos:

Outra tendência se faz perceber no que se refere ao tamanho, a altura. E acredito, sim, que é muito importante se ter tamanho, mas desde que começamos a raciocinar, que ouvimos alguém dizer que tamanho-não-é-documento. E de fato não é mesmo.

Existiram e existem grandes homens e mulheres, cujas medidas gigantescas não eram mensuradas pela fita métrica. Para ilustrar vou tomar como exemplo um de cada gênero, do passado e presente respectivamente. Cada um em seu habitat, logo, não é viável fazermos comparações, que fique claro: Ruy Barbosa – o pequeno-gigante-jurista-brasileiro; e Ximena Navarrete – mexicana eleita MU2010, que acredita-se ser bem conhecida de muitos pelas bandas de cá.

É notória a elegância, quase inata, de um corpo longilíneo e esbelto. Mas, de nada adianta se ter tais atributos se o vaso permanecer oco, vazio. As ditas baixinhas podem e devem competir por títulos de beleza, embora a tendência uive aos quatro ventos que a mulher-miss tem que ser gigantesca.

Mulher miss pode ser gigantesca, pode ser baixinha, pode ser miss e modelo ou ser apenas miss; no outro extremo, não pode jamais, ser desprovida de cultura, de respeito ao próximo e, principalmente, não pode ter faltado às aulas ou palestras sobre a EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA - e aqui nos referimos a uma candidata brasileira que desqualificou, esnobou e desrespeitou o título de miss Brasil Internacional que lhe fora conferido.

No mais, precisamos raciocinar numa direção mais dinâmica e vislumbrar que nem sempre o que a tendência dita é o que se deve fazer. A capacidade está longe de ser medida pelo tamanho que temos. E somente no palco, quando chove mulher bonita SABEREMOS DE FATO QUEM É A MAIOR.

É evidente que há exceções e distorções... Miss Universe Organizeixon que o diga.

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