quinta-feira, 11 de abril de 2013

Mudança e ousadia - só os destemidos rompem as barreiras de um paradígma.

Existem pessoas, assim como eu, que pensam que numa competição cujo fim é escolher uma representante nacional, não deveria primar (jamais) por preferências regionais (e voltamos nós a falar de bairrismo e miss-biônica). É evidente que este é o lema, pois há aqueles que estão engajados (ou não) nos certames e defendem a tese do tal “bairrismo” – ato que nos remete a crer em mente subdesenvolvida. O próprio termo "miss-biônica" já reflete e reforça o desprezo depreciativo às moças que se submetem a certames por outros estados. É uma conclusão (já no início?) doída, porque real. E para evitar estereótipos, muitas candidatas incrivelmente belas desistem de competir.

Uma atitude desprovida dessas preferências desnecessárias, somente traria benefícios. O miss Brasil World 2013 e mister Brasil 2013 estão aí (quentinhos) para mostrar que não estamos a falar besteira. Ali deu-se preferência aos brasileiros, independentemente da região ou estado de origem dos candidatos.

É desconcertante presenciar algumas atitudes excludentes e até preconceituosa por parte de alguns em detrimento de outros. Diálogos em redes sociais e fóruns evidenciam tais preferências e, infelizmente o segmento do miss (Universo) Brasil, ainda que não pretenda, acaba por fortalecer a segregação por estado brasileiro.

Gabrielle Marinho, miss Mundo RJ 2012 - é alagoana
É plausível se buscar representar a terra natal, mas sabemos que só há uma vaga por Estado; caso se tenha a possibilidade de competir por Outro, indagamos: por que não? Antes de sermos do Norte ou do Sul, somos brasileiros e a prerrogativa maior é eleger o melhor (termo relativo) filho da terra, sendo que a cidade ou o estado de nascimento deveria ser indiferente. Deveria, frise-se.

Não é o que presenciamos a cada ano. O miss Universo Brasil admite uma e apenas uma candidata por Estado e, preferencialmente nativa; quando, o menos errado seria admitir, no mínimo, duas por Estado – uma eleita (para manter a tradição) e outra por indicação livre. Mas aqui já adentramos outra seara.

Agora, chegamos ao ponto crucial da resenha de hoje. É aquele momento em que começamos a divagar:

- fôssemos nós representantes de uma coordenação estadual, municipal ou “cidadal”, ou “bairral”, suaríamos a camisa, mas correríamos atrás de mulher bonita, em qualquer lugar... os limites geográficos nacionais seriam, também, os limites da procura por beleza de impacto;

- fôssemos nós representantes de uma coordenação (...) suaríamos a camisa, negociaríamos patrocínio e contratos e a ética seria o limite no esforço incessante, à “caça” por beleza diferenciada;

- fôssemos nós representantes de uma coordenação (...) suaríamos a camisa, procuraríamos as melhores, independente de sua terra natal e o limite estaria condicionado ao “aceite” da beleza vislumbrada e escolhida;

- fôssemos nós representantes de uma coordenação (...) suaríamos a camisa e correríamos atrás de belezas nativas, mas, nem por isso daríamos preferência se de fato não fossem belas.

Caso fôssemos representantes de uma coordenação (...) suássemos a camisa a esse ponto e recebêssemos um SIM ou NÃO como resposta, chegaríamos a uma feliz conclusão: cumprimos um dever básico de profissional imbuído no que faz; daríamos oportunidade a todos(as) sem distinção; mostraríamos que cabelo loiro, crespo, preto ou vermelho só refletem cores diferentes; e de quebra daríamos mais chances às pessoas que, eventualmente possam não ter sido vistas no enfoque do ângulo que deveriam.

Nessa seara, o miss Brasil World tem buscado reiterados acertos.

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