Depois
de uma década (ou mais) viajando por dutos empoeirados, queremos crer que chegamos, finalmente, a um ponto
aonde se vislumbra uma luz na escuridão. Luz essa que talvez permita sacudir a
poeira ou quem sabe, uma assepsia geral para a alegria de todos. Contudo, devemos nos manter numa posição defensiva constantemente.
É
isso aí. Fazemos referência àquele “miss brasil oficial” - o terror do mundo-paralelo - que nos trouxe algumas
belas moças e, infelizmente, algumas vergonhas.
Com o
anúncio de mudanças assépticas nesse quase horizonte tão próximo - e já vigendo - a expectativa,
de muitos, cresce sempre que nos aproximamos do moroso miss Universo Brasil. Admitamos que, aparentemente, a casa parece ter sido vasculhada; as teias de aranha e o môfo removidos, mas o cheiro de casa limpa ainda não saudou as narinas da plateia.
O espanador de pó já visitou, por assim dizer, alguns cômodos, talvez aqueles que necessitavam de reparos imediatos, ou correriam o risco da engenhoca desabar de vez. Em 29 de setembro de 2011, levantamos alguns pontos críticos.
Vejamos:
1-
escalar uma apresentadora que de fato possa ser considerada como tal. Que não esteja
num palco apenas por imposição-de-posição; RESULTADO: requisito atendido, ainda que parcialmente. A condutora é profissional competente, mas parece não haver empenho na condução, nem ensaios.
2-
escalar profissionais para auxiliar a (verdadeira) apresentadora que saibam, em
nível-médio, sobre as nuances que envolvem os certames de beleza, nacional e
internacionais. (quem viu a Galisteu sofrer com suas auxiliares sabe bem ao que nos referimos); RESULTADO: requisito não atendido. Quem assistiu ao MU11 e MU12, e ainda ao MUB12, percebeu claramente o fraco time auxiliar que tem sido escalado.
3-
promover ações que chamem a atenção de profissionais e empresas ligadas a esse
segmento de mercado e tentar trazê-los para prestigiar os eventos; Exemplos meramente ilustrativos:
a) lançar o concurso de escolha da nova coroa da miss Brasil Universo –
convocar a "galera" a sugerir e apresentar protótipos/ideias de um novo “desaine”
onde o mais criativo e belo será escolhido. O prêmio – divulgação do trabalho
do profissional na cabecinha da eleita por onde ela for;
b) fazer parcerias de verdade no âmbito da filantropia/trabalhos
sociais, pois é lá que o povão está. Sem para isso abandonar os trabalhos
“modísticos” e ditos lucrativos, do “mundo-fechon”; RESULTADO: requisito não passível de análise - portanto, nulo.
4-
escalar uma equipe que dê respaldo e segurança à escolhida e que a acompanhe
incondicionalmente; RESULTADO: requisito atípico.
5- divulgar a eleita como embaixadora da beleza sim, mas, principalmente mostrar ao
empresário que ele estará associando sua marca a outra marca, que é séria; RESULTADO: requisito atendido, ainda que parcialmente - O MUB12, em Fotaleza, agregou novos nomes ao evento, mas limitou-se apenas ao evento.
6- esclarecer à parte (ainda) preconceituosa da sociedade que concurso de miss não
é coisa-de-boiola. Esse pensamento, acreditem, afasta uma infinidade de gente
desses certames que os senhores não fazem ideia; RESULTADO: requisito indiferente.
7- esclarecer aos jurados o perfil que uma miss deve ter para os trabalhos
vislumbrados naquele ano, ressaltando os pontos específicos a serem observados; o ideal seria não divulgar os jurados da pré-seleção para evitar que algumas
meninas belas e menos extrovertidas fiquem para trás pelo simples fato de
saberem que alguém as está olhando. Ao mesmo tempo evitar favorecer as
“atrizes” que simulam um perfil falso, que depois cai por terra; RESULTADO: requisito atendido, ainda que parcialmente - em 2012, tivemos um corpo de jurados preliminar, mas as preliminares não ocorreram e o corte foi brutal.
8- e
finalmente, que os telespectadores sejam respeitados pela apresentadora; que
não façam de penico os ouvidos e nem de excrementos a atenção de quem se
dispuser a assistir ao(s) evento(s); RESULTADO: UNICO QUESITO ATENDIDO PLENAMENTE - ufa! já foi um avanço!
O que nos revelará 2013?
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