sábado, 13 de abril de 2013

Miss Brasil - erros, equívocos e omissões.

É bem verdade que já tivemos-anos-perdidos no que se refere ao miss Brasil. Não raras vezes nos deparamos com declarações sobre esses anos escuros, que refutam (ou refutavam) o mínimo sucesso de nossas aspirantes; que estávamos fadados a passar vergonha, pois não tínhamos mulheres à altura dos concursos ditos, internacionais.

Tais posicionamentos, obviamente, não levaram em consideração o sucateamento dos certames no Brasil; a sequência de erros e a latente "desprofissionalização" na condução de tais eventos. Portanto, a deficiência nunca foi "não ter mulheres à altura" e sim o fato dos certames não inspirarem tanta confiança e transparência, como deveriam.

É fato notório que ainda tenhamos algumas mentes retrógradas na comissão de frente. Mas, é verdade também, que alguns dessa comissão já perceberam que o mundo (inclusive o mundo-miss) evolui. Ao acompanharmos os concursos, bem como algumas poucas entrevistas, deparamos com discursos bem mais coerentes e uma visão, levemente, moderna de alguns coordenadores acerca das mudanças (gritantes) por que passaram os concursos de beleza. Isso é muito bom. Antes tarde do que nunca.

A bela miss Pará 2009 foi incentivada a engordar para ser miss - não teve sucesso

Nos dois últimos anos, no Brasil, apesar dos dissabores vigentes, foi possível perceber que o cenário tornou-se menos carregado; o time de competidoras esteve bem mais leve e adequado. E, quando falamos em "carregado" e "leve" entenda-se todas as nuances do significado das palavras, visto que, muitas candidatas não ficaram na engorda, como vinha acontecendo ao longo dos anos anteriores.

Claro que as mudanças não podem acontecer de um dia para o outro, mas, dado o atual cenário, a esperança ressurge com relativa força.

Poucos são os Estados que tem insistido nas tradicionais “gostosonas” como suas representantes. É até aceitável uma ou duas gostosonas, mas se e somente se, a gostosura for proporcional. Querendo ou não, tendemos para um padrão de beleza que encaixe num “marketing”... querendo ou não a miss, além de representar aquelas qualidades que já estamos carecas de saber, é também uma profissional que vai "vender" uma imagem, "vender" produtos... e no mundo empresarial não há margem para erros e se estes acontecerem o resultado é prejuízo.

Assim, as reformas foram e estão implementadas embora, insistamos, em ritmo retardado ou não acelerado o bastante. Mesmo assim, aqueles que perseveram a qualquer preço, embebidos numa mente retrógrada, deveriam ser mandados urgentemente à cursos de atualização - a velha e boa reciclagem - e se, ainda assim persistirem, deveriam ser aposentados.

Tempo é tudo nos certames de beleza e nesse quesito ainda padecemos sem solução aparente - mormente no miss Universo Brasil. Aliás, os desmandos mais terríveis, deram-se nesse que é considerado o mais importante do País; que se auto-denomina o "oficial", mas omite-se a aperfeiçoar suas misses Brasil em tempo mínimo adequado.

É até normal vermos nossas representantes, fisicamente belas, mas totalmente a mercê do despreparo psicológico quando chega a hora de expressar-se em público. Itens como segurança ao falar, impostação de voz são fáceis de serem resolvidos e não deveriam podar uma candidata. Todavia, é o que mais acontece, uma vez que os responsáveis pelo treinamento são relapsos.

Natália Guimarães, vice miss Universe 2007 - pode ter perdido o título por mostrar-se insegura quando questionada na noite final.
O pensamento retrógrado ainda reina. Caso elegessem as candidatas com tempo para prepará-las ou aperfeiçoá-las, isso seria apenas um mero detalhe e quando dos concursos principais, já estariam seguras de si.

Por último, retornando a ideia inicial, podemos fazer todas as críticas, mas não é aceitável, nem tampouco coerente afirmar que não temos mulheres belíssimas no cenário do Miss Brasil quer seja Universe, quer seja World.


 

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