sábado, 20 de abril de 2013

Brasil eletivo – a politicagem e as polêmicas



O mundo das pessoas anda meio doido. As próprias pessoas são quem o torna assim. Falta pouco mais de um ano para as eleições presidencial, para deputados e senadores em nosso ensolarado Brasil, e as polêmicas apelativas e sensacionalistas pulsam como nunca.

A bola da vez é o cabo de guerra entre as bancadas religiosa dos conservadores e a dos defensores dos gays e demais “minorias”. Os programas sensacionalistas de TV aberta – aqueles que atingem a grande massa com apelos defenestrados – estão se tornando palco de embates ideológicos as vezes coerentes outras vezes difícil de suportar.

Lados antagônicos lançam ofensas não só de cunho ideológico, mas carregadas de pejo, desrespeito e segregação. Nas discussões onde se esbarram a religiosidade e a razão – ambas em muitos momentos carregadas de contradições e discursos falaciosos – não se consegue aproveitar uma única lição de sensatez.

Cada defensor equivocado procura, a qualquer custo, fazer com que as pessoas comprem suas teses como sendo a correta. Uma se diz correta por ser baseada nos ensinamentos bíblicos; a outra por ser frágil e historicamente discriminada. No entanto, ambas abusam das falácias apelativas e emocionais.

É sabido de todos que muitas intolerâncias são disseminadas em nome de uma crença, de uma religiosidade, de um deus qualquer. Muitos não conseguem dissernir que, em sendo todos criaturas de Deus, por que razão alguns seriam mais ou menos agraciados que outros? No caso da homossexualidade, os conservadores religiosos apregoam que trata-se de pessoas pecadoras e pervertidas que não conseguem conter seus impulsos demoníacos. Os homossexuais rebatem que não se trata de doença de espírito ou da carne e sim de impulsos e sentimentos naturais que acometem qualquer ser humano ou animal.

Pesquisas científicas nos dão conta de que a prática de relação homossexual é inerente a todos os animais, não só aos ditos racionais. Mas isso a ciência comprova e alguns religiosos abominam.

Frise-se que a religião em si não incita a discórdia entre os povos. A interpretação dos ensinamentos distorcida por alguns lunáticos é que a torna carrasca e faz com que pessoas se agridam e se odeiem. Guerras foram travadas em nome de Deus, sendo que Deus é exatamente o oposto.

A intolerância e a falta de respeito aos ideiais olheios são prenúncios de conflitos que raras vezes não convergem às tragédias. Não é prudente afirmarmos que ser homossexual seja uma opção pessoal, ou doença, da mesma forma que, em sendo, não cabe a ninguém querer tolher essa opção ou obrigá-los a tratamentos, quer seja pelas vias tradicionais, quer seja pela conversão religiosa. 

A opção é pessoal e somos livres. Ainda que a sexualidade seja opcional, continuamos livres. Livres para sermos cristãos católicos, evangélicos, protestantes, pentencostais, umbandistas, hinduístas, ou não sermos nada disso apenas porque optamos por não ser.

O fato de sermos cristãos ou judeus não nos dá o direito de querer que o próximo professe, necessariamente, a mesma fé. Seja a formação da família, segundo a Bíblia, a união entre um homem e uma mulher, aquela onde houver duas mulheres ou dois homens haverá de sê-lo também. O contrário não poderia ser considerado apenas porque a crença de outrem assim o determina.

A procriação depende de ambos os sexos, todavia, uma família para ser formada não depende, necessariamente, do nascimento de filhos frutos da relação de casais religiosamente unidos.

Devemos olhar para um horizonte onde uma sociedade seja formada sobre pilares fortes com segurança, saúde, educação para todos e, acima de tudo, compreensão e respeito àqueles que pensam diferentes, que ajam diferentes, desde que tais ações não firam ao próximo com a forma que lhes for peculiar para alcançar a felicidade plena.
Cada pessoa deve decidir por si mesma

Um negro, seja africano ou não, um homossexual, cumpridor das obrigações condizentes a um ser social correto é tão digno de respeito quanto é o branco, heterossexual que tenha comportamento semelhante.

São questões alvos de constantes polêmicas nas sociedades e que ainda ganharão grandes proporções, mormente em períodos eletivos, como ocorre no Brasil, atualmente. Sempre haverão políticos inescrupulosos, de ambos os lados, que fazem de discursões necessárias uma guerra pessoal em nome de dois ou três votos na urna.

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