domingo, 7 de abril de 2013

Uma miss tem que ser segura, bonita e preencher os requisitos pertinentes... onde nasceu, não importa, onde mora, muito menos.

Tem-se uma empresa. Essa empresa nasceu fruto de muito esforço e investimento de capital, pessoal e serviços. Portanto, somos empresários desenvolvimentistas instalados no mundo capitalista. Toda empresa para atingir o mínimo de sucesso tem, necessariamente, que investir captar recursos, produzir e vender seu produto...

Igualmente, acredita-se que uma coordenação, quer seja, municipal, estadual ou nacional seja também uma atividade empresarial ou no mínimo, precisa-se de uma estrutura de investimentos e organização. Assim sendo, tal como uma empresa de qualquer outro ramo que não o da beleza, é natural, coerente e, principalmente, inteligente a contratação de profissionais capacitados. Profissionais estes que irão prestar um serviço de qualidade em troca de remuneração à altura.

Um profissional bem qualificado, sabemos, não encontra fronteiras para oferecer essa qualificação onde quer que esteja. Da mesma forma, o empregador não medirá esforço para ter tal profissional em seus quadros funcionais.

Uma miss eleita é, por assim dizer, uma profissional qualificada, preparada para o exercício do cargo. Aqui cabe uma pergunta: você, como coordenador, daria preferência ou “contrataria” uma miss despreparada ou fora dos padrões almejados, por você e pelos seus colaboradores, apenas por ser esta residente e domiciliada na cidade ou estado do concurso? Convenhamos imaginar a resposta "não" à esse questionamento, na casa dos 99,999% das pessoas...

À título exemplificativo, a mineira Gislaine Ferreira, miss (Universo) Brasil 2003 - foi eleita, representando o estado do Tocantins - pasme-se - uma das mais completas misses a representar o Brasil. Miss "biônica" é o termo pejorativo usado pelos radicais.

Os defensores do bairrismo-exagerado saem a difundir que não seria justo uma candidata de outra região ou estado ostentar um título local em detrimento das candidatas "nativas". Segundo essa defesa, somente as nativas conhecem os problemas da cidade.

Que importância tem uma miss saber onde fica a saída de esgoto que suja os mananciais da cidade se este não for o foco do seu trabalho? Para isso tem-se uma administração pública. Para todo trabalho são priorizados projetos. Projetos que devem ser postos em prática no tempo determinado e se os esgotos da cidade não estão nesse projeto, não é coerente abster-se das suas prioridades laborais para atender ao hipocritamente-correto.

Isabel Correa, miss Teresópolis 12 - insultada por não ser nativa da cidade.
Manifestações desse tipo são mais recorrentes do que se imagina. Há pouco mais de um ano presenciamos um caso bem emblemático na eleição da miss Teresópolis 2012, no estado do Rio de Janeiro. Viu-se ali uma eleição limpa onde fora escolhida a mais preparada, mas os defensores da ética local insultaram a coordenação e a miss por não ser esta nativa da cidade. Um verdadeiro descompasso provinciano.

Aos defensores de tais teses, seria mais sensato montar a própria coordenação, pagar pelos direitos, investir e nomear ou eleger a primeira saborosa - ainda que despreparada - mas, que aparecesse na portaria se dizendo domiciliada e residente na rua de trás.

É um absurdo que não se tenha um mínimo de consciência e sensatez num juízo de valor. É um juízo valorativo, é verdade. Por isso, subjetivo. Mas a subjetividade não anula a perspicácia do mínimo razoável.

Se a miss para ser eleita tem, necessariamente, que ser da cidade, estado, ou país... todas as misses Universo deveriam ser estadunidenses... todas as misses World teriam que ser inglesas e não teríamos concursos internacionais.

Os intelectuais-alienados que nos perdoem, mas, em grande escala, será feita a alegria da maioria de raciocínio expansivo, ainda que meros leigos.

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