quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ser chato, certamente não é tão chato o quanto parece ser...



Certa feita disseram que eu era chato; aliás, muito chato - chato demais!, por pensar e dizer o que penso sem rodeios, sem  drama e sem rancor.

Acomodei-me e matutei alguns instantes; não pude evitar aquele sorrisinho malicioso que, involuntariamente, tece nossos lábios... o que seria "ser chato"? depois, respondi sem rodeios:

- "chato demais"... é chato demais ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa num círculo vicioso, pegando trânsito caótico, buzur lotado; bom seria termos passes livres, folga o suficiente para tudo correr solto e a chatice ir embora de vez;

- "chato demais"... é chato demais pensar o mundo por um ângulo só; pensar a vida numa mesmice, sempre, sempre, sempre... (repetitiva);

- "chato demais"... é chato demais querer um ambiente padronizado quando sabemos que este ambiente está em permanente ebulição e não atende aos nossos anseios por mais ínfimos que possam ser;

- "chato demais"... é chato demais encontrar tantas pessoas diferentes quando tudo deveria ser linear, mormente para a satisfação pessoal;

- "chato demais"... é chato demais ter consciência de que se vive em liberdade e mesmo assim intuir que muitos pensando ao mesmo tempo pode desembocar no caos; isso sim é chato... chato e perigoso.

Não menos chato é fazer algo a contragosto, mesmo que seja ler um textozinho chato;

Pessoalmente, acredito que seria muito chato, viver, conviver e existir num mundo retilíneo onde tudo fosse, demasiadamente certo e precisássemos de padronização constante.

Ser chato e muito chato pode até ser bom, pois a partir destes podem sobressair algum carismático ou bem ouvido, sendo considerado chato ou não. Para todo peso deve haver um contrapeso e em relação ao estado do chato ou da chatice não seria diferente.

Uma mera opinião não deve ser mais chata do que uma dieta só com arroz a vida inteira; já imaginou se todos pensássemos, quero dizer, plantássemos o mesmo cereal?

Mais chato que a chatice, só o Ranulfo.
Quando queremos muito alguma coisa e essa "coisa" não chega, dizemos chateados: - Pô, que chato, vai demorar muito! Esperar aquilo que almejamos é chato, mas, se a chatice (ou o estado do chato) fosse tão ruim assim, não permitiríamos que ela ( a chatice) nos acompanhasse até o último instante antes de encontrarmos a tão sonhada e amada "coisa almejada".

Mais chato do que isso, somente se eu continuasse a escrever sobre chatice.

Ah, se você não entendeu é porque é displicente (e chato)...
... e dei-me por satisfeito.

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