Há anos o Brasil permanece inerte às "invasões" de estrangeiros ilegais,
mas só nas últimas décadas esse problema tem sido evidenciado mais fortemente.
Os grandes centros urbanos, têm abrigado imigrantes ilegais em
condições precaríssimas, como se sabe, aquelas dispensadas aos “foras-da-lei”
em qualquer nação.
Embriagados pela visibilidade do país no cenário mundial, muitos
cidadãos estrangeiros vêm transpondo as fronteiras em busca de trabalho. Muito
natural não fosse o alto índice de estrangeiros ilegais, portanto, uma
agravante séria da escalada da pobreza e miséria nas comunidades que recebem
tais pessoas.
Após o avassalador terremoto no Haiti, em 2010, o problema da imigração
ilegal tem tirado o sono do governo do estado do Acre, após um ato de
benevolência humanitária do Governo Federal, que autorizou a regularização daqueles
cidadãos instáveis, desde que já em solo brasileiro.
Eis aí o grande erro. O Governo do Brasil, ao longo dos séculos manteve
uma postura de omissão no que diz respeito às fronteiras do país, mormente as
fronteiras secas. E com o advento da catástrofe haitiana, e outras ondas de pobreza mundo afora, o
problema vem ganhando dimensão que tende a fugir ao controle das autoridades. E
fugiu.
O governo do estado do Acre, para chamar a atenção do Itamaraty, decretou estado
de emergência. Em dois municípios daquele ente federado os problemas tem se
agravado continuamente com o crescente aumento de estrangeiros ilegais
ultrapassando, livremente, a fronteira.
Armadilhas de coiotes |
Devido a facilidade, a regularização de imigrantes ilegais, a conivência
disfarçada e uma política equivocada do governo, os chamados "coyotes"
encontraram um porto seguro para alavancar suas finanças, embora às custas da
desgraça alheia. Tal como a fronteira do México com os Estados Unidos, estão as
fronteiras de Bolívia e Peru, em relação ao Brasil; ambos os países, feitos de
gargalo, escoadouro de imigrantes ilegais, pelos ditos coyotes. A ordem é vir, uma vez que o oásis está logo ali do outro lado da fronteira e de portas abertas.
Já em território brasileiro, haitianos, senegaleses e dominicanos –
apenas para citar alguns – esperam ter a situação regularizada, pois lhes fora
passado de boca em boca, que uma vez em terras do Brasil a autorização de
permanência é certeza absoluta. E assim vem acontecendo, todavia, tem-se
admitido milhares de pessoas, as quais não recebem condições adequadas de
trabalho, e pior ainda, o Estado que as recebem não dispõe de estrutura para
evitar a marginalização dessa gente. E cidadãos, ainda que estrangeiros, à margem da sociedade, já podemos imaginar aonde chegarão.
De acordo com a política brasileira aplicada ao caso, entrar no país
pelas vias do contrabando é o correto, pois tendo os cidadãos estrangeiros
ultrapassado a fronteira, o Governo os abraçará com afago de mãe. Seria hilário se não fosse extremamente perigoso e dispendioso.
Sejamos humanitários e até corações-moles, mas ajudar cidadãos de noções
destruídas (como é o caso do Haiti) lhes dando benesses temporárias, não é a
solução mais sensata. Os países (não só o Brasil) deveriam unir-se para ajudar
àquele povo a reconstruir seus lares e não lhes abraçar em fuga, lhes dando
guarida além-fronteiras ou promovendo ações paliativas isoladas.
Foto - Ação equivocada do Governo brasileiro provoca corrida
desenfreada de estrangeiros ilegais no país - "coyotes" passaram a atuar
nas fronteiras-secas.
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