terça-feira, 23 de abril de 2013

A descoberta do Universo (paralelo)

Até pouco tempo eu imaginei a existência de apenas 01 (uma) miss Brasil. Isto porque nós, o grande público, não somos informados de forma mínima sobre o tema. Recordo-me de um certo dia em que vi uma moça (que nem sequer lembro de quem se trata hoje, menos ainda, naquela feita) com a faixa de miss Brasil; fiquei meio indeciso e questionei em silêncio: mas afinal, quantas misses Brasil temos? Isso porque antes havia visto outra jovem, também se dizendo miss Brasil daquele mesmo ano. Foi uma dúvida repentina que desintegrou-se em seguida, como acontece com todos aqueles que continuam a não compreender nada desse universo hoje em dia.

Em outra feita, acidentalmente, vi uma entrevista com outra enfaixada e, mais atento, descobri que tinha numa das faixas a palavra “mundo” que também não me disse absolutamente nada.

Priscila Meirelles - miss Earth 2004
Já em 2004 a miss Brasil venceu um certame máximo – que até nossos dias quase não se sabe do feito. Fora anunciada num desses programas de domingo pouco ou nada instrutivos... aí fiquei mais perturbado ainda, pois havia lido em algum portal na Internet que a Miss Universo era Australiana.

A vencedora daquele ano foi a Meireles (miss Terra 2004)... mas, para mim ela não era a Miss Brasil, ao menos não era a mesma que fora ao miss Universo. E se uma australiana havia sagrado-se vencedora, não estaria certo apresentar a brasileira como a eleita. Misturou-se tudo e vaguei na penumbra, desgovernado.

Continuei na ignorância, acreditem, até 2007, quando do segundo lugar de Natália Guimarães, no miss Universo. Disseram naquele famigerado programa dominical da Globo que a miss Brasil havia perdido o título para uma japonesa, meio desprovida de beleza. Daí, já totalmente familiarizado com a internet, comecei a procurar fotos, fatos e vídeos que me esclarecessem as ideias, mormente no que se referia a quantidade de misses existentes – para mim só havia uma, aliás, duas: Martha Rocha e Vera Fischer; e caso ainda houvesse eleição de miss contemporânea, somente haveríamos de ter 01 (uma), tal como a seleção de futebol; ou 01 (uma) a cada ano. Naquela feita, nem parei para pensar que também tínhamos uma seleção de vôlei, de Basquete, de Ginástica, de Natação e por aí vai... por que não poderíamos ter modalidades de misses também?

Larissa Ramos - miss Earth 2009
Daí, fui procurar o mundo-paralelo e as tais modalidades; o encontrei, embora não tenha havido interesse em desbravá-lo. Cinco anos depois do fatídico 2004, vim a tomar ciência (como refratário) de que outra miss Brasil havia sido coroada e as dúvidas persistiram, pois a rainha apresentada tinha olhos de jabuticaba e pele morena... qualidades que não condiziam com a miss Brasil que eu havia visto sendo coroada. Esta tinha pele e olhos claros e era do nordeste, a outra era do norte.

Tornei a cair na internet em busca de informações e as encontrei com mais profundidade. Nesse ponto já estava envolvido. Cheguei aos fóruns e comecei a observar; observar os comentários banais e falaciosos e a conferir a veracidade daqueles mais coerentes e profissionais.

O YouTube, serviu como luva de seda; ali fui buscando os vídeos do “arco da velha” e neles a evolução dos certames no Brasil, bem como os internacionais. Finalmente descobri a existência de grandes certames que reúnem belezas diversas em segmentos diversos. As modalidades internacionais: Universo, Mundo, Internacional, Terra, Supranacional, Globo e muitos outros; e ainda os setoriais: Internacional do Café, Continente Americano, Hispano americano e outras etecéteras mais.

Ao perceber a funcionalidade do universo-paralelo restou evidenciada o quanto a falta de informação nos empobrece, nos cega, independente do âmbito em que estejamos inseridos.

Faixa Miss Universo Brasil - confunde ao suprimir a modalidade "universo"
Fui buscar as informações, por ser naturalmente curioso, mas muitos não se integram nesta dimensão por falta de informação adequada. Até pouco tempo os próprios concursos exibiam e ainda exibem suas faixas desprovidas de informações essenciais no intuito de confundir o espectador ou, na melhorzinha das hipóteses, diminuir o segmento “oposto” – o suposto concorrente. Um pensamento insensato, posto que haveria público e valorização para todos, caso fossem expostos, disseminados com o profissionalismo necessário.

Para ilustrar, vejamos alguns nomes oficiais de concursos no Brasil:

- Miss Universo Brasil (MUB) – se autodetermina “oficial” e suprime a palavra universo que deveria estar inserido na faixa. A eleita neste segmento vai ao Miss Universe, com sede em Nova York (EUA);

- Miss Mundo Brasil (MMB) – esse tem se mostrado mais instrutivo, em 2010 suprimiu a palavra mundo, que voltou no ano seguinte. A eleita neste segmento vai ao Miss World, com sede em Londres (Inglaterra);

- Miss Terra Brasil (MTB) – este sempre deixou claro a que segmento pertence – o Brasil possui duas misses Terra (2004 e 2009 – as quais fizemos referência lá no início de nossa resenha). A eleita neste segmento vai ao Miss Earth, com sede nas Filipinas.

Simples demais é absorver as informações. Bastaria aos donatários, ao invés de ficar duelando se “o meu” segmento é o oficial, utilizar o bom senso e perceber que todos são oficiais, visto que são os tops do país em cada uma das modalidades.

E continuo a entender pouco do universo-paralelo, mas as "trevas" deixei para trás há muito tempo.

E viva a informação!!!

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