terça-feira, 26 de março de 2013

Se a altura não influencia, por que tentar escondê-la ou disfarçá-la?

Vejam, não achamos de tudo ruim a Culpinho levar a fruteira, não. Ela, inegavelmente, tem méritos. Já havia demonstrado isso lá no MUSA12 (Miss EUA), diga-se, uma vitória justa do ponto de vista externo.

Olivia Culpo, miss EUA12, vitória sem artifícios aparentes.
No miss Universo 2012 é que alguns pontos ficaram obscuros em relação a atuação da ninfeta. Sabemos bem que os concursos (sérios) se ganha desde o primeiro momento da chegada. Observadores, árbitros preliminares e outras etecéteras. Culpinho simplesmente não apareceu. Estava sumida – e aqui não se faz referência à altura da dona.

É óbvio que aqueles que veem de fora (e muito de fora), não percebem tudo o que se passa. São várias etapas (algumas à portas fechadas) para enfim, se chegar a um ponto-de-corte. Lembremos que não deve ser nada fácil avaliar quase cem mulheres, a maioria lindas, e determinar quem vai passar à fase seguinte. Mais difícil ainda é percebermos, enquanto telespectadores, a evolução de candidatas sem a mínima condição de competir, e isso em detrimento de quase infinitas outras opções.

Índia, França, México, dentre outras... foi (e está sendo) por demais complexo entender os cálculos que as catapultaram ao top16 – inclusive EUA. Percebe-se claramente que num certame do porte do MU, a política da boa vizinhança, senão impera, no mínimo predomina. E o "pré-domínio" aconteceu com algumas indicações. É justo? Talvez não. Mas essa é a real situação que se constata a cada ano.

Seria leviano afirmar que a Culpo levou apenas porque estava em casa e que o Trump assim determinou. Pode ser que sim, mas o não tem a mesma proporção. Portanto, não há plausibilidade de uma afirmação positiva e categórica.

Não se pode negar também, que mesmo alcançando o top16, o força da Culpinho fora exaurida na apresentação de biquíni e confirmada na apresentação de gala. Revendo o evento, é impossível encontrar a Culpo que venceu o MUSA12. Estava literalmente perdida e passava insegurança na passarela. A exceção foi na entrevista, claramente o seu ponto-forte. Mesmo ali, pairou a inquietude.

Olivia Culpo na apresentação de biquíni - corpo disforme e uma das piores passarelas apresentadas na noite final do Miss Universo 2012.

Agora fica o questionamento: será que a resposta final recebe, de fato, a mãe-das-notas? E, por conseguinte, sacramenta as favoritas? Partindo do pressuposto que as cinco finalistas tem plena capacidade para o exercício da função (senão não estariam entre as 5+) é possível afirmar: sim, a mãe-das-notas está intrinsecamente ligada à entrevista final. E foi exatamente neste ponto que Culpinho levou a Fruteira. Novamente há controvérsias, uma vez que Filipinas saiu-se melhor ao falar.

Quanto à altura, sinceramente, nunca vi esse quesito como empecilho numa candidata (a não ser se essa candidata torna-se marombada como a Honduras12). Muitos afirmam que ficaria sumida, cheirando-o-peido das demais concorrentes. Pura lenda urbana. Mas essa dita lenda, povoa até as mentes dos donatários, pois estes, com suas pequeninas eleitas, fazem de tudo para elevá-las à altura das demais, impondo-lhes altas-plataformas-escondidas-em-pano.

Não carecia (por exemplo) socar a pobre Culpo naquela fantasia, sujeitá-la a possível tombo lá do cume das plataformas e ristecer-lhe os escalpos num penteado longilíneo. Foi aqui que residiu a armação. A prevalência do fingimento cínico. Sim, porque todos tinham (e tem) consciência da altura da dona. Porque não aparelhá-la com vestes proporcionais? Apesar de instigarem a muitos a dizer que tamanho não é documento, na eleição da MU, os próprios tentam disfarçar a pequenez anatômica da escolhida elevando-a sobre pernas-de-pau, mantendo assim a hegemonia da ditadura do pensamento preconceituoso de que mulher baixa não pode ser miss.

Miss Universo 2012 - a emoção da vitória ou a face da incerteza?

Mulher baixa pode sim ser miss, mas seria bem mais sensato apresentá-la em sua naturalidade, pois se essa virtude conta tantos pontos, é uma pena o “ser natural” só valer pontos numa simples resposta.

Teria sido infinitamente mais agradável ver a Miss Universo 2012 ser coroada desprovida de montagens. Seria mais respeitoso não tentar ludibriar os espectadores com artifícios e truques tão amadores. Caso tivessem eles jogado limpo com o público, teríamos (todos ou grande parte) aplaudido essa vitória, como ocorreu na eleição nacional, pois, mostrando a sua baixa estatura no MUSA12, ela só provou o quanto era gigantesca. Poderia ter repetido o feito no miss Universo. Perdeu uma chance de ouro, mesmo ganhando a fruteira, de mostrar que o tamanho do corpo não é proporcional à inteligência. Agora já-era!

Aprovo a dona e condeno os métodos – Isso nem serve de consolo, pois nada influencia.
... e lá vamos nós... recomeçar.

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