Vejo com
ceticismo o alcance do nirvana. Mas não em termos absolutos, pois há quem crer
e afirma que já o alcançou. Se verídicas, devem ser sensações indescritíveis. Da
mesma forma vislumbro um Mundo-Paralelo que em sua completa perfeição é utopia.
Ou seja, querermos a mais completa lisura e transparência, mesmo em eventos que
exaltam o belo, é algo que está além das possibilidades do homem. Mormente se esse homem for movido à exacerbada cobiça.
Não se
está a ratificar com essa afirmação que todos são eivados de indecência, mas
está claro como o dia mais ensolarado, que as más intenções, ou apenas
interesses particulares reinam em todo lugar.
A cada
ano, nos últimos três, tenho observado que é notória a grande preocupação das
pessoas com o “fazer certo”. Isso é louvável. Só esbarramos num problema:
esquecemos que o fazer certo, como tudo na vida, depende de um referencial. Do
nosso ponto de vista, ou melhor, nosso referencial, fazer corretamente seria
algo que viesse a ser benigno ao maior número de pessoas. Que levasse à
aceitação – ao senso comum. Esquecemos que nem todos tem o referencial pautado
na coletividade e nesse caso, prevalecerá o interesse individual ou até mesmo
grupal, mas, restrito a um segmento específico.
Repare
que vivenciamos isso o tempo todo, todo o tempo.
A
eleição duvidosa da miss Universo 2012, reacendeu um estopim que no Brasil
nunca se apaga, diga-se de passagem. Todavia, depois de um evento de semelhante
porte levantar suspeitas, ilações, conjecturas e mais uma infinidade de outras
sinônimas, somos obrigados a refletir. E refletimos, mas o resultado dessa
reflexão é mais dúvida, mais indefinição e mais suspeita.
Olivia Culpo - miss USA 12, posteriormente "eleita" miss Universe 12 sem demonstrar nenhum mérito que justificasse o título.
Quanto
de verdade há nisso tudo? Jamais saberemos. E mais um erro se escancara aqui. Muitos
senhores-feudais-dos-concursos, pregam que tais insinuações são tão banais que
não merecem uma resposta. ERRADO. Nenhuma suspeita deve ser banalizada e as
respostas não devem ser dadas às tais injúrias e sim ao público segmentado que
anseia e paira sem saber em quem acreditar. Eles se calam por presunção e
intrasigência e alimentam uma série de injustiças que se propagam mais e mais.
Se não se manifestam em negar, pressupõe-se verdadeiros os informes.
No
Brasil, não é de hoje que o “sobrenatural” paira sobre o certame
nacional-universo, e outros também. Depois de quase jogar o nome da emissora na pocilga mais
fétida e em rede nacional, os "antigos" detentores da marca Universo Brasil,
felizmente foram conduzidos aos bastidores. A clara imaturidade alcançada
nesses últimos dez anos fora evidenciada em 2010 e 2011, o que pode ter obrigado a
emissora a perceber que a locomotiva estava sem os devidos reparos.
Débora Lyra - miss Brasil 2010, ao despedir-se do título foi duramente criticada ao vivo, em rede nacional, devido ao excesso de peso em razão de problemas de saúde.
Após
anunciarem a ruptura e a nova criação, calaram-se. Atitude típica dos
donatários - já falamos disse antes. As dúvidas persistem: não se sabe se o miss Universo Brasil é de
fato da Band/Enter ou cedido pela TV Globo – que mesmo não exibindo o evento
nem divulgando (abertamente), aproveita uma infinidade de misses em programas de sua grade - ainda que programas fajutos e antieducativos. E
no Distrito Federal, as reportagens sobre o miss DF, são exibidas nos telejornais-locais,
da Globo.
Seja no
Brasil, seja no exterior, a certeza que se pode ter é a de que a existência de
conchavos, resultados combinados, acordos pecuniários e propostas indecentes
jamais poderão ser descartados. Já a proliferação e a geração de frutos-doentes
é algo que não se pode, nem se deve afirmar com precisão. E continuamos com a
famigerada incerteza, pois até o final de 2013, muitas outras irão surgir para
robustecer as já existentes.
Jamais
jogaremos a toalha. Contudo, continuaremos a observar o universo cá das nossas
janelinhas com olhares atentos e cirúrgicos, para assim formarmos uma opinião
da meneira menos alienada possível – consequentemente, madura e coerente.
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