segunda-feira, 25 de março de 2013

... nas asas da imaginação.



Vejo com ceticismo o alcance do nirvana. Mas não em termos absolutos, pois há quem crer e afirma que já o alcançou. Se verídicas, devem ser sensações indescritíveis. Da mesma forma vislumbro um Mundo-Paralelo que em sua completa perfeição é utopia. Ou seja, querermos a mais completa lisura e transparência, mesmo em eventos que exaltam o belo, é algo que está além das possibilidades do homem. Mormente se esse homem for movido à exacerbada cobiça.

Não se está a ratificar com essa afirmação que todos são eivados de indecência, mas está claro como o dia mais ensolarado, que as más intenções, ou apenas interesses particulares reinam em todo lugar.

A cada ano, nos últimos três, tenho observado que é notória a grande preocupação das pessoas com o “fazer certo”. Isso é louvável. Só esbarramos num problema: esquecemos que o fazer certo, como tudo na vida, depende de um referencial. Do nosso ponto de vista, ou melhor, nosso referencial, fazer corretamente seria algo que viesse a ser benigno ao maior número de pessoas. Que levasse à aceitação – ao senso comum. Esquecemos que nem todos tem o referencial pautado na coletividade e nesse caso, prevalecerá o interesse individual ou até mesmo grupal, mas, restrito a um segmento específico.

Repare que vivenciamos isso o tempo todo, todo o tempo.

A eleição duvidosa da miss Universo 2012, reacendeu um estopim que no Brasil nunca se apaga, diga-se de passagem. Todavia, depois de um evento de semelhante porte levantar suspeitas, ilações, conjecturas e mais uma infinidade de outras sinônimas, somos obrigados a refletir. E refletimos, mas o resultado dessa reflexão é mais dúvida, mais indefinição e mais suspeita.
Olivia Culpo - miss USA 12, posteriormente "eleita" miss Universe 12 sem demonstrar nenhum mérito que justificasse o título.

Quanto de verdade há nisso tudo? Jamais saberemos. E mais um erro se escancara aqui. Muitos senhores-feudais-dos-concursos, pregam que tais insinuações são tão banais que não merecem uma resposta. ERRADO. Nenhuma suspeita deve ser banalizada e as respostas não devem ser dadas às tais injúrias e sim ao público segmentado que anseia e paira sem saber em quem acreditar. Eles se calam por presunção e intrasigência e alimentam uma série de injustiças que se propagam mais e mais. Se não se manifestam em negar, pressupõe-se verdadeiros os informes.

No Brasil, não é de hoje que o “sobrenatural” paira sobre o certame nacional-universo, e outros também. Depois de quase jogar o nome da emissora na pocilga mais fétida e em rede nacional, os "antigos" detentores da marca Universo Brasil, felizmente foram conduzidos aos bastidores. A clara imaturidade alcançada nesses últimos dez anos fora evidenciada em 2010 e 2011, o que pode ter obrigado a emissora a perceber que a locomotiva estava sem os devidos reparos.
Débora Lyra - miss Brasil 2010, ao despedir-se do título foi duramente criticada ao vivo, em rede nacional, devido ao excesso de peso em razão de problemas de saúde.

Após anunciarem a ruptura e a nova criação, calaram-se. Atitude típica dos donatários - já falamos disse antes. As dúvidas persistem: não se sabe se o miss Universo Brasil é de fato da Band/Enter ou cedido pela TV Globo – que mesmo não exibindo o evento nem divulgando (abertamente), aproveita uma infinidade de misses em programas de sua grade - ainda que programas fajutos e antieducativos. E no Distrito Federal, as reportagens sobre o miss DF, são exibidas nos telejornais-locais, da Globo.

Seja no Brasil, seja no exterior, a certeza que se pode ter é a de que a existência de conchavos, resultados combinados, acordos pecuniários e propostas indecentes jamais poderão ser descartados. Já a proliferação e a geração de frutos-doentes é algo que não se pode, nem se deve afirmar com precisão. E continuamos com a famigerada incerteza, pois até o final de 2013, muitas outras irão surgir para robustecer as já existentes.

Jamais jogaremos a toalha. Contudo, continuaremos a observar o universo cá das nossas janelinhas com olhares atentos e cirúrgicos, para assim formarmos uma opinião da meneira menos alienada possível – consequentemente, madura e coerente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário