quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O legado de Gabriela Markus, a miss Brasil 2012

Obrigado pela contribuição ímpar!
Olhar o mundo por uma fresta é condenar-se ao ocaso eterno (ou enquanto perdurar a fresta). Perceba-se que o cenário visto numa situação dessa nunca mudará. Poder-se-á constatar atores diferentes, mas somente se esses atores entrarem no ângulo de visão da fresta através da qual se olha. Ou seja, o observador que se limita a enxergar através de uma fresta, sempre estará sujeito as alternâncias do acaso.

Interpretar um termo ao pé da letra causa essa mesma distorção. Em nosso idioma (e creio que em todos) toda palavra tem sinônimos, por consequência, conotações distintas para cada situação. Com o termo “magnânima” é a mesma coisa. Termo esse, que lá em 2012 causou certo desconforto a alguns observadores-fresteiros, segundo os quais, magnânimo se restringe à benevolência em sentido estrito.

Um dicionário básico traduz o termo “magnânimo(a)”, dentre outros como: benevolente, nobre, elevado... e mais uma infinidade de equivalências. Importa perceber, por exemplo, que o “elevado” aí não se trata de um morro, um altiplano ou uma montanha; o contexto e a interpretação dará a noção perfeita do que vem a ser um ser elevado (percebamos que o “ser” em referência entrou na frase com dois significados totalmente distintos). Podemos denominar esse fenômeno como interpretação contextual.

Com o(a) magnânimo(a), a regra é a mesma.

ILUSTREMOS:
Gabriela Markus entrou no cenário do mundo-paralelo desacreditada (até um certo ponto, convenhamos). Sim, por ser gaúcha e sim por preceder nada menos que Priscila Machado, também gaúcha - a antecessora. Não precisamos relembrar os ânimos em relação a miss Brasil 2011.

Após toda a turbulência-2011, veio o tão esperado miss Universo Brasil 2012 e escolheu a Markus, de uma maneira mais cristalina, e logo veio a cair nos braços-do-povo bem antes de ir ao Miss Universo 2012. Por lá, fez bonito, mereceu com louvor o título maior do Universo, mas terminou em quinto lugar; foi aclamada lá e aqui e mostrou profissionalismo e “condizência” com o título nacional em suas aparições; uniu meio-mundo-de-mentes-doidas-que-queriam-enforcar-sua-antecessora... nesse contexto, não há exagero em se atribuir a benevolência ou a nobreza - aqui em sentido amplo.

É benevolente sim, porque sóbria e destra o suficiente para preencher uma lacuna efervescente no miss Universo Brasil; é elevada, altiva, sim, por transcender elegância e beleza; é elevada em educação e respeito, além da decente e nobre função de ostentar o título maior de beleza do Brasil – e o mais importante, honrá-lo.

À essa jovem, cuja figura pública aspira confiança, o sucesso é nada mais que uma consequência ante o trabalho decente que apresentou. São profissionais desse calibre que nos obrigam a deixar os conceitos e preconceitos para trás para elegermos uma maneira própria de encarar a realidade, não raras vezes mais coerente e mais justa. São nessas horas que deixamos de olhar pelas frestas dos paradigmas e expandimos a visão para formarmos novos entendimentos.

Dessa forma, “magnânima” passa a ter mais um significado particular, ainda que restrito, jamais será diminuto, independente do âmbito de preponderância.

E o velho conceito das frestas?... bom, esse vai ficando para trás gradualmente, na medida em que somos instigados a pensar.

Especialmente para Gabriela Markus - Miss Universo Brasil 2012 - SUCESSO SEMPRE!

Texto originalmente publicado em 25Jan2013 – adaptado.

2 comentários:

  1. Quando aprendemos e compreendemos o que estamos fazendo aqui, o que devemos fazer aqui, o que somos aqui e o porque de estarmos aqui, tudo se completa.

    ResponderExcluir
  2. É de fato uma tarefa difícil... mas nunca impossível.

    ResponderExcluir