quarta-feira, 23 de outubro de 2013

MU/2013 - Jakelyne Oliveira não é Bodine Koehler...

Jakelyne Oliveira - miss Brasil 2013
Nos últimos dias, por inúmeras vezes, se viu e ouviu comentários fazendo um malfadado paralelo entre as misses Jakelyne e Bodine, do Brasil e Porto Rico, respectivamente.

A razão para tal despautério é o suposto favoritismo da atual miss Brasil no miss Universo 2013 e o então favoritismo da portorriquenha no miss Universo 2012 – ambas detentoras de corpos esculturais. Esta não obteve classificação em 2012, e a atuação daquela só ficará passível de análise a partir de 09 de novembro, próximo.

Bodine Koehler, de fato fora cotada como favorita àquela ocasião, e não diferente de muitas outras, não obteve aprovação satisfatória que a fizesse figurar entre as semifinalistas. Para muitos, uma decepção, para outros, uma desclassificação esperada ou senão, merecida – dada a atuação da moça.

Ainda queremos crer que, em um evento de beleza se deva prezar por ela – a beleza – e aqui nos referimos ao “ser beloem todas as suas possíveis nunces. Logo, não basta ostentarmos um belo corpo, ou bela face para sermos percebidos como belos. É necessário que muitos outros atributos que se convirjam à beleza plena sejam percebidos e mais importantes, se façam perceber.

Antes da concentração para o desfecho do miss Universo 2012, as candidatas foram surgindo envoltas em suas diferenças costumeiras, linguísticas, etc. A miss Porto Rico, consciente dos atributos físicos, procurou, em todas as aparições consistentes, exaltá-los. Tudo, aparentemente, dentro do esperado até a apresentação do traje típico – que viria ratificar a tese de muitos acerca do apelo às curvas corporais.

De uma doce menina no desabrochar dos seus 18 anos, apresentando dotes musicais e talento ao piano, passou à mulher fatal disposta a subir ao pódio a qualquer custo. Não funcionou.

Usando um tapa-sexo disfarçado de traje-típico, a bela jovem arrebatou olhares; alguns admirados diante da plástica corporal outros estupefatos pela ousadia inconveniente. Deslizou sobre o palco gélido semi-nua e afastou para longe qualquer possibilidade de sucesso no certame.

Muitos adeptos do imediatismo fizeram-se atônitos em virtude da preterição da ninfeta-sexy, todavia, a coerência racional dos jurados aferiu pros e contras e, concluíram pelo ato mais provável: a indumentária seria bem-vinda caso fosse apresentada em bailes carnavalescos. Em certames de beleza e mais, representando um estilo de mulher, a fantasia tornou-se em inapropriada.

Assim, é possível afirmar que fora esse o motivo do insucesso da jovem? Não, não podemos. Menos ainda, é possível atribuir derrota à miss Brasil 2013, mesmo antes do início da competição – é leviano.

Jaqueline Oliveira – a miss Brasil 2013 – já com larga experiência apesar de seus 20 anos de idade, até aqui, não demonstrou vencer os certames que concorreu, explorando sua sexualidade ou sensualidade-elevada-a-milésima-potência. Portanto, compará-las enquanto atletas-de-palco, é de uma grosseria sem precedentes.

Uma árvore chamada BRASIL!
E por falar em árvore – OLIVeira – vale lembrar que para sabermos se uma madeira é de lei, não é necessário cortá-la para aferir o seu âmago. A própria composição externa deve certificar a espécie, do contrário, é falsa.

Nesse contexto, a bela miss Brasil é legítima e pode vir a ser a próxima miss Universo por mérito e competência (tal como as demais que lá estão a competir); mas em “nosso” caso, a própria faixa que a candidata brasileira ostenta reflete a procedência de Madeira de Lei – Brasil – o Pau-Brasil, ou Ibirapitanga (madeira-vermelha), em língua indígena.

Somos iguais em concepção e, felizmente, diferentes em conduta. Ter traços semelhantes é aceitável, mas essa semelhança não implica as mesmas atitudes ou postura às avessas.

Ser cantada em prosa e verso não desmerece ninguém e mesmo que a vitória-maior não venha, o brilho de quem o tem não diminui. Com Bodine, o apelo sensual-ao-extremo não funcionou para a organização do miss Universo, mas isso não significa que não o tenha; com Jakelyne, um bom começo seria não atrelar a sua imagem ímpar às derrotas de concorrentes do passado.

Como miss Universo ou não, cada uma tem o seu valor. Já mensurá-los... – não temos ou dispomos de talento para tanto.

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