sábado, 19 de outubro de 2013

Miss Universo 2012 – o fim de um ciclo sem méritos aparentes

Olivia Culpo - miss Universe 2012 - atuação inexpressiva
O Miss Universo – MU – é sem dúvida o mais esperado certame anual de beleza, apesar de nem sempre refletir os reais anseios do público e do pouco empenho demonstrado em causas sociais, especialmente no último ano/período – 2012.

A cada final de ciclo nos indagamos o que fez a miss Universo eleita; por onde andou; quais eventos foi figurante ou protagonista; em prol de quais causas emprestara a sua imagem, idem a marca da Organização; qual a relevância de sua atuação nos eventos onde marcara presença.

Constata-se a prevalência de anos consolidados pelo frenesi de uma miss Universo atuante; há outros, como 2012, em que o título se resume a um mero número.

Não obstante a importância que ainda desfruta no cenário internacional da beleza, a Organização do Miss Universo tem deixado lacunas em sua atuação. Em 2012, o público não conseguiu discernir, em nenhum momento, o desempenho mínimo esperado da miss Universo "eleita". É evidente que a sua atuação não está restrita ao âmbito social-externo, todavia, mesmo concebendo tal entendimento é impossível perceber a irrisória contribuição da miss Universo 2012, em qualquer que seja a área de afetação.

Leila Lopes - miss Universe 2011 - discurso relevante na ONU.
Ao compararmos a “gestão” 2012 com os cinco últimos anos imediatamente anteriores, as discrepâncias tornam-se gigantes. E em razão delas muitas hipóteses emergem: 1) a Organização Miss Universo teria entrado em decadência; 2) o detentor da marca teria perdido o interesse pelo evento e passara a não investir ou a investir menos; 3) a falta de transparência teria minado a confiança do antigos patrocinadores; 4) eleições equivocadas e critérios de classificação estritamente pessoal seria uma das razões da redução do número de delegações inscritas... e por aí vão inúmeras conjecturas.

Em verdade, não há sequer resquício de veracidade em tais argumentos. São meras suposições, bem típicas às grandes organizações midiáticas. Todavia, isso não anula a letargia à imagem do miss Universo em 2012 - o qual já começou gélido, primeiro por ocorrer em Dezembro, depois pela escolha duvidosa da "vencedora".

Às portas do evento de 2013, em Moscou, novas expectativas ressurgem. Milhões esperam com ansiedade para apreciar o belíssimo, dinâmico e moderno show; delegações se movimentam, ajustando os últimos detalhes para a competição; e o desfecho certamente será o sucesso absoluto do evento em si, sucesso esse que nem sempre se reflete na figura da eleita. 2012, frise-se, consolidou esse engessamento, oriundo de uma escolha pífia, humanamente impossível de ser aferida.

Eleita timidamente, a miss Universo 2012 sai de cena a mais de trinta dias de completar o ciclo anual, em igual situação, ou seja tímida. Situação esta, pouco relevante, adstrita a meros ensaios fotográficos bem elaborados e pouquíssimas viagens à revelia de apoio a qualquer que fosse a causa.

Com efeito devemos acalentar a esperança de que, mais que um belo evento, possamos brindar a chegada de uma miss Universo bela e capaz, eleita sob o crivo coerente de um corpo de jurados íntegro e sensível aos reais efeitos de uma candidata com méritos para ostentar o título mais emblemático da beleza mundial.

Em termos de evento em si, o miss Universo é um primor absoluto onde o dinamismo predomina às claras. Já, a escolha das pretensas candidatas a ostentar o Título Maior precisa, necessariamente, seguir esse mesmo modelo evolutivo ou estaremos fadados, enquanto público desses eventos, a saborear o mérito inanido pelo amargo sabor do fisiologismo.

Em 9 de novembro de 2013, teremos uma noção do tipo de mar por onde navega a Nau da Organização Miss Universo.

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