sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Miss Brasil – antes de ser uma aspirante a Miss Universo, Ela é a Miss Brasil 2013.


É pouco provável que alguém embarque numa aeronave contando como evento futuro e certo, a sua queda. É pouco provável, não impossível. Há duas possibilidades latentes e de fácil percepção: 1) radicais suicidas ao extremo; 2) portadores de transtornos mentais em estado terminal irreversível.

Felizmente, na aeronave-miss’ológica brasileira o mal que a muitos acomete não provoca males tão graves quanto aqueles citados na introdução. Quando muito afetam, não perpassam meia dúzia.

Atentos aos acontecimentos no curso dos anos distinguem-se com propriedade cristalina, os “suicidas” errantes a vagar na atmosfera da competição e da beleza. Frise-se, tal percepção não está restrita ao público-alvo-brasileiro. Atitudes assim ocorrem com certa frequência e naturalidade, embora seja inviável considera-las normais.

Todos os anos, mormente nos últimos três, tão logo tem início a participação de um(a) brasileiro(a) em competição internacional, vem a turma “suicida” – aquela da parte pós introdutória – a prever os mais absurdos resultados, embasados em mini-teses infundadas ou até mesmo baseadas em coisa nenhuma. Apontam erros e defeitos que na grande maioria dos casos inexistem, induzidos pelo apego e valorização que costumam atribuir àquilo que não é seu – e aqui vale o dito popular: a grama do vizinho é sempre mais verdejante.

Gabriela - criticada - brilhou no MU12
Não que a grama do vizinho não seja verde ou que a “nossa” grama tenha que ser considerada mais verde ainda que não a reguemos. O verdadeiro prazer deveria estar em observar e valorar o que é nosso e o que não é desde que se tenha de fato valor; ou seja, proporcionar o valor que cada um faz jus, com imparcialidade.

Em relação as misses brasileiras ocorrem algumas discrepâncias ou até mesmo exageros. É bem verdade que, por anos a fio, engolimos à seco amargas derrotas em um ambiente extremamente propício às vitórias. Todavia, nem por isso deve-se fazer das criticas uma atividade linear que atinja a todos sem distinção. Tornarmo-nos céticos devido aos dissabores do passado é o mesmo que preservar esses erros em um ciclo de proliferação infinito. E o apoio a uma candidata, quando ela surge aos holofotes por força do merecimento, é um dever quase incondicional – “quase”, porque dentro dos limites de cada um.

Temos observado, em especial, em fóruns de discussão, que os maiores críticos das nossas candidatas somos nós mesmos – os brasileiros. Isso é positivo, mas em muitas falas, sente-se o peso do rancor, da ironia, do “vamos ser contra” – e isso é péssimo.

É imprescindível apontar os erros quando julgamos existentes. E não menos importante é o apoio, a despeito de nossas origens, nossa cor ou o Estado que representamos.

Nesses dias e até dia 09 de novembro, os brasileiros serão personificados pela beleza singular da jovem Jakelyne Oliveira no Miss Universo. Isso, tanto é motivo de orgulho à Nação, como perfaz uma responsabilidade amazônica disposta nas mãos de uma mulher tão jovem e tão segura de si.

Poucos são aqueles que já em tão tenra idade, abraçam responsabilidades e demonstram tamanha segurança diante de um feito tão abrangente; poucos são aqueles que postos em seu lugar conseguiriam manter o equilíbrio, as emoções; poucos são perseverantes e fortes o bastante para acalentar sonhos e torná-los reais em nome próprio e em nome da coletividade.

Portanto – tecer críticas é aceitável – entretanto, querer afundar os sonhos alheios, provocando a instabilidade emocional (em muitos, controlada e adormecida) é atitude de fracos; é demasiada frustração oriunda da incompetência em administrar os anseios próprios.

Turbulências existem. Sempre existirão. E a mercê estaremos todos – mesmo aqueles que a provocaram poderão, cedo ou tarde, ser engolidos.

Jakelyne - Miss Brasil 2013
A miss Brasil 2013, enquanto “avião brasileiro”, decolou e pousou com segurança no campo do miss Universo. E para quem já enfrentou batalhas desde cedo, não serão comentários maldosos e, implicitamente depreciativos, que a tornará fraca ao ponto de não se sustentar.

Dentre as misses do Brasil-recente, esta certamente marcará presença em seção solene, acomodada na primeira fileira.

Enquanto espectador e compatriota resta-nos desejar Boa Sorte como miss Brasil, como candidata a miss Universo, como miss Universo (caso venha a converter-se em tal) e principalmente, muito Boa Sorte como profissional e como pessoa.

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