segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MUB/13 - Miss Universo Brasil... há muito a ser feito


Há quem diga que concurso de beleza se ganha no dia. Não é de tudo um equívoco tal afirmação, mas é exagero acreditar que tudo depende do “brilho” na apresentação final. Havemos de concordar que é muito difícil uma candidata mostrar “seu brilho final” sem antes ter os méritos necessários para ser percebida e chegar ao seleto grupo de finalistas. Nesse sentido, fica claro que concurso de beleza se vence desde o primeiro dia até o último instante, ficando a candidata à mercê de si mesma, vindo a despencar ladeira abaixo ao menor deslize. Mas essa máxima está longe de ser absoluta.

Gabriela Markus - miss Brasil 2012 - o brilho na noite final jamais seria possível se ela não fosse percebida a partir do início da competição - Exemplos e lições consistentes a serem seguidos.

Não é de hoje que podemos constatar arremessos inexplicáveis de candidatas, aparentemente intragáveis, ao topo das mais belas; consequentemente, não é de hoje, também, que muitas belas são preteridas sem razões aparentes ou explicáveis.

As edições do miss Universo a cada ano nos cristalizam essas premissas, idem o miss Mundo – isso apenas para ficarmos entre os dois certames mais importantes do planeta.

No Brasil, apesar do número reduzido de candidatas essa máxima fica evidente ano após ano. Misteriosamente, candidatas com potencial competitivo são preteridas por razões outras, todavia, parece impreciso dizer que foram “injustiçadas” ou “garfadas” pela única razão de não ser possível conceber aquilo que levou ao feito em si.

O miss Universo Brasil nesses últimos dois anos (2012/2013), vem demonstrando certo empenho em apresentar um projeto coerente. O evento em 2012 deixou algumas lacunas ao adotar um cronograma um tanto impositivo; em 2013, muitos pontos foram formatados, mais justiça fora feita, mas ainda não podemos esganiçar aos quatro ventos que estamos orgulhosos.

Classificações inexplicáveis aconteceram em detrimento do bom senso e da razão. Houve muita técnica falada e literal e quase nenhuma técnica, propriamente dita, aplicada no ato das escolhas ao top15. Casos assim, ainda nos instigam a imaginar e/ou julgar que nem toda classificação tem relação direta com a capacidade da candidata. Levando isso a termo, fica notória as razões dos muitos tropeços de nossas candidatas “eleitas” nos últimos vinte anos. A grande maioria, nitidamente, sem condições de ostentar o título de mulher mais bela do País.

Hoje percebemos leves trepidações que alertam para uma minúscula melhora do cenário, o que (infelizmente) não minimizou os descompassos das classificações e desclassificações inexplicáveis.

Ainda falta muito caminho a ser percorrido nessa jornada. O consolo é que, mesmo timidamente, é possível vislumbrar acertos e disposição para aperfeiçoar. Se essa vontade realmente é o que parece ser, a próxima empreitada seria ajustar o miss Universo Brasil a um Calendário Anual de Eventos para ser seguido com rigor e seriedade, abster-se, em definitivo, de apresentadores pífios e instruir um corpo de jurados com critérios claros à escolher candidatas realmente competitivas e belas; e ainda, regulamentar/regimentar o evento, proibindo o envolvimento financeiro de candidatas (parentes e afins) com o evento principal, sob pena de exclusão sumária do certame.

Acertamos em 2012 e, por um triz, em 2013, mas algumas escolhas crassamente erradas "enfeiaram" o nosso Top15 e porque isso aconteceu, talvez jamais saberemos.

Assim, ao invés atrelarmos a vitória ao acaso do “brilho”, ou de um aporte financeiro quando da grande final, teríamos o ano inteiro para minimizar fraquezas, aperfeiçoar virtudes, mitigando os deslizes éticos. Por certo é bem melhor do que ficarmos a mercê de um simples “brilho” que nunca se tem a garantia que de fato virá. Ademais, candidatas incompatíveis seriam percebidas em tempo hábil. Isso ainda obrigaria os Estados a trabalharem mais.

Boas ideias não faltam – basta pô-las em prática.

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