segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

As agruras da sociedade enferma refletem em todos os "universos"

Ao abrir os olhos, não é difícil percebermos que muitas pessoas tendem a odiar em outras as qualidades ou virtudes que não têm. E para se perceber isso, não é necessário ser PHD em psicologia, ser vidente (vigarista ou não). Basta olhar.

A condução da vida pode ser tão mais simples quando a encaramos sem o rancoroso ranço da soberba, da inveja, do ódio gratuito e irracional. Palavras mal ditas, escritas e até pensadas provocam uma avalanche imensurável. Alguns supersticiosos acreditam que o alvo da ira de alguém sofre atrasos e pode cair em desvantagem ou má sorte. Ledo engano.

Alvos de achincalhamento e ódio gratuitos, na maioria das vezes, nem sequer ficam sabendo de tais insanidades; ou quando sabem as ignoram e cuidam em tocar a própria vida. Sim, porque até os virtuosos têm problemas e, eles próprios, precisam resolvê-los. Noutro lado, o time oposto, cuida em deturpar fotos e fatos alheios de maneira vil. Ocorre que tal atitude jamais será suficiente para aplacar o ego doentio ferido pelo sucesso do semelhante, pois gastou todo o tempo disponível, cuidando em depreciar o outro que esqueceu de cuidar de si mesmo o que, invariavelmente, resulta em queda livre e permanente num abismo existencial perverso e sofrível. Há casos em que, se não cai por si mesmo é derrubado à força pelos opositores que de tão insultados agem com desmedida truculência; tanto que a força da proporção simplesmente inexiste. Seja em qual caso for, o desrespeito é a chave que abre a porta à brutalidade.

Num grau micro (e bem restrito) de incidência, temos presenciado a desfaçatez com que algumas poucas pessoas destrataram (e continuam a fazê-lo) Melissa Gurgel, nordestina, cearense de Fortaleza. No entanto, a jovem Miss Brasil 2014 tem demonstrado que nem todos se deixam tragar pelas ondas de críticas pela crítica que buscam manchar ou até destruir sua imagem. Este é um ponto. Num conceito de liberdade, alguns a criticam; também imbuída pelo próprio, ela responde dando exemplos de como se portar diante de críticas, sejam elas justas ou não.

Nem todos agem assim. Nem todos são racionais, infelizmente.

Seria a força da liberdade o combustível ilimitado para tecermos críticas infundadas e sem nenhum critério? Até que ponto essa liberdade poderá ser considerada, desprovida do viés da exacerbação ou abuso? A liberdade, por ser liberdade não predispõe limite?

Nós, quando opinamos por seguir o caminho da sanidade, temos uma capacidade incrível em rever conceitos, admitir erros ou simplesmente aceitar uma ideia contrária. Não precisamos ser o centro do universo até porque, como tudo o que o compõe, somos apenas uma mera poeira que a qualquer momento, com a menor turbulência poderá ser dissipada.

Somos diferentes, sim, e ao mesmo tempo tão iguais!

Sejamos ricos, pobres, feios ou não, pretos ou não, americanos do sul ou do norte, somos compostos pela mesma matéria. É um discurso “batido”? Pode ser. Mas isso não o torna um discurso falso. Somos passíveis de cometer erros e somos dotados de inteligência para suplantá-los com a devida correção. Somos sim, dotados de inteligência, mas nem sempre a utilizamos para fazer os reparos necessários tão necessários para uma existência mais feliz, mais correta com o próximo, e conosco.

Quando confrontados com uma realidade assustadora chegamos à conclusão de que, a cada instante, estamos destruindo os pilares da moralidade, do respeito, da tolerância, da fraternidade... nem podemos afirmar que algum dia já tenhamos desfrutado disso em sua plenitude. Uma pena! Mas, dada à relativa modernidade de uma Sociedade Moderna, era de se esperar que os rumos fossem planejados para um norte seguro, não de caos.

Desde a mais vil afronta, a mais cáustica desforra, até o insulto menos despretensioso poderemos obter como resposta um extremo fulminante, o combustível para desastres generalizados.

Não é fraqueza concordar; nem errado é ser contra; discordar de tudo ou parte, desde que seja feito sob a égide do respeito é sinônimo de raciocínio inteligente. Sermos livres ou assim nos considerarmos não nos autoriza a estender tal ideia e exigir que seja acatada por outros. Agindo assim, estaremos da mesma forma, impondo nossas premissas àqueles que não as percebem como realidade.

Temos a liberdade para lutar, mas a partir do momento em que ultrapassamos os limites do respeito tendemos a perder a razão, ainda que parcialmente. Um ato de desrespeito, a depender da cultura, crença ou discernimento pode resultar numa resposta capaz de nos partir ao meio e deixar sequelas que jamais serão esquecidas.

Lutemos por nossos ideiais sem jamais esquecermos que os da direita ou da esquerda também os têm e podem ser diferentes. A vida nos mostra o caminho todos os dias. Infelizmente, paramos para refletir apenas quando as consequências são desastrosas e nos lançam em queda livre ao abismo, protegidos apenas pelo véu da ignorância.

Agora, após a "nossa" insensatez juntamos nossos cacos conscientes de que nos aguardam as respostas precipitadas e, certamente trarão mais sofrimento do que punição; menos entendimento, mais intolerância, mais ódio e guerra. Não é o que queremos ou sonhamos; mas é o que nos é ofertado. Seja no ambiente micro, seja no macro.

Sorte ainda dispormos de poucos virtuosos, vetores de motivos para sorrirmos e imaginarmos um amanhã menos sagaz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário