domingo, 25 de outubro de 2015

BRASIL - um mega transatlântico descapitaneado, portanto, à deriva

Recentemente, a presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista que a democracia no Brasil corre sérios riscos caso ela sofra um processo de impedimento. Por ser tão jovem, as instituições brasileiras não suportariam os solavancos causados pelo desgaste de um ato dessa natureza. E para minar ainda mais a situação vigente e motivar tais falácias, os brasileiros já entendem e sofrem as agruras de erros grosseiros na condução do país.

Quando vemos e lemos as declarações da chefe do executivo tupiniquim somos tentados a achar graça das besteiras que profere, no entanto isso não anula o sentimento de perda que assola o Brasil de norte a sul. Perda da capacidade de negociação para o retorno de uma estabilidade mínima; perda do prestígio externo conquistado a duras penas; perda da esperança de um povo já esgotado de tantos desmandos e corrupção. E isso nem é tudo.

Ao contrário daquilo que a presidente prega, a democracia corre mais risco com um governante corrupto do que quando as instituições fazem valer as normas constituídas em Carta Magna. A retórica fraudulenta, como o são a própria presidente, sua eleição e o seu governo, ainda busca, a qualquer custo e em qualquer lugar, minimizar a desfaçatez e a pilantragem hoje arraigados no governo central. E dizer que afastar um presidente corrupto poria em risco uma democracia é, como sempre o fizeram seus correligionários, colocar a si mesmos acima das instituições, por conseguinte, da própria Constituição Republicana de 1988, que prever, sem nenhum colapso social, o Impedimento como forma de afastar e punir personagens corruptos da República - Arts. 51 e 85 da CRFB/88*.

A juventude da democracia brasileira já bem mostrou o seu valor em 1992, quando pôs abaixo a cúpula de um governo pervertido e afastou o presidente eleito. Fazer valer o instituto do impedimento, previsto pela Carta Política da nação brasileira está muito longe de se caracterizar um golpe, o que dirá romper os elos de uma democracia, jovem, é verdade, mas consolidada.

Noutro polo, os programas assistencialistas com o único intuito de promoção populista - primeiro passo das republiquetas enamoradas pela opressão - foram difundidos sem nenhuma responsabilidade; subsídios e toda espécie imaginável de favorecimentos foram postos em prática na surdina à setores camaradas; uma campanha mentirosa e desesperada fora veiculada com o intuito de angariar votos dos menos informados ou informados apenas pela situação; e o pior, a leniência com a inflação; o subsídio a itens nevrálgicos fizeram os preços subirem vertiginosamente com a incapacidade do governo em mantê-los ad aeternum - como o fizeram com os combustíveis e a energia elétrica.

Hoje, a sociedade brasileira tem plena consciência da situação do país, especialmente porque é essa sociedade que mais sente os efeitos dos malfeitos praticados nas entranhas desse governo-vermelho e corrupto. O país está, literalmente parado em função dos ajustes e conchavos na política, entre políticos corruptos, tentando salvar a si mesmos, jamais a situação em sentido amplo. E esse cenário caótico ainda não dá sinais de arrefecimento, pois os personagens principais, movidos pelo mau-caratismo, pelo cinismo e fome de poder preferem destruir as bases de uma economia antes em expansão, à perder as benesses indecorosas que conseguiram nos anos passados recentes.

A sociedade brasileira, como nenhuma outra, não precisa de governantes corruptos, e destituí-los de seus cargos não ameaça o Estado democrático, pelo contrário, o fortalece. A Constituição, senhores chefes do executivo e as suas instituições nela fundamentadas são quem determinam o caminho que uma nação deve seguir; jamais, em hipótese nenhuma, será o afastamento de um presidente corrupto, impopular e mentiroso.
* Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

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