terça-feira, 29 de abril de 2014

ATUALIDADE – Há escrúpulos na Política?... E na conduta dos políticos?

O Lula disse em terras d’além-mar que 80% do julgamento dos agora réus e condenados no processo do mensalão foi político. De todas as bobagens que o digníssimo ex-presidente brasileiro já mencionou essa, sem dúvida, vai entrar para os anais da história.

Declarações desse naipe somente revela a falta de respeito do ilustre ex-operário para com a Corte Suprema do Brasil, que frise-se, é um colegiado composto por onze ministros, e alguns deles, indicados pelo próprio governo do PT enquanto “comandante” do Executivo Nacional. Aí, é perceptível a intenção arteira de confundir, especialmente aqueles que se encontrem aquém da realidade. Tais insinuações ditas isoladamente e no afã da conveniência política parecem querer desmoralizar as instituições brasileiras, em especial o Poder Judiciário - um dos alicerces da consolidada e jovem democracia brasileira.

No Brasil, todos têm consciência da lisura com que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a famosa Ação Penal 470 - a mesma que condenou os asseclas saqueadores dos cofres públicos. Saqueadores estes até pouco tempo ministros de Estado, políticos de peso e empresários. Têm consciência, mesmo não tendo formação adequada que todos os recursos cabíveis aos ilustres condenados no processo do Mensalão foram apreciados, concedidas as benesses do Contraditório e da Ampla Defesa. Debatidos amplamente ao vivo, em rede nacional de televisão.

Também tem consciência o cidadão brasileiro, que não é de hoje que muitos radicais fincados no poder desejam, a qualquer custo perpetuarem-se no domínio da máquina estatal. Esse lote de “pensadores” não aceita, em nenhuma hipótese, a possibilidade de alternância de poder. De tão radicais, vez ou outra, eles investem contra a Constituição Federal – Carta Rígida e Cidadã – não passível de alteração ao sabor de caprichos isolados de um grupo qualquer. O ilustre entrevistado jamais se manifestou claramente em defesa de tais teses espúrias, frise-se, mas é fato que jamais absteve-se em encobrir malfeitos ou a sair em defesa dos aloprados – termo também usado para qualificar bandidos de colarinho branco.

Dentre os muitos atos e fatos que os patrícios d’além-mar não sabem (e talvez o ilustre entrevistado não mencionou ou fez questão que eles não soubessem) é que, “pela primeira vez na história desse país”, o cidadão parou para assistir ao vivo os embates no plenário do Supremo Tribunal Federal; pela primeira vez, termos técnicos restritos ao meio jurídico tornou-se familiar ao cidadão comum; pela primeira vez o leigo acompanhou a rotina da Corte Suprema do Brasil e presenciou a absolvição de alguns e a condenação a justas penas a outros - figurões que planavam presunçosos nos corredores palacianos.

Pela primeira vez presenciou-se em detalhes a rotina da mais alta Corte do Judiciário brasileiro – dádiva oriunda da Publicidade escancarada de uma Democracia Plena – o que legitima ecoar aos ventos que no Brasil existe um Tribunal Supremo, guardião da Constituição Federal e que tem feito valer as normas ali dispostas para todos, independente do “status” do agente; indiferente, inclusive, à reação insatisfeita esboçada pelos agentes corruptos ao perceberem que a Corte não coadunara com ilícitos praticados.

Afirmar que apenas 20% (e não 100%) da Ação Penal 470 foi justa é superestimar o próprio ego e subestimar a inteligência de uma Nação que há muito tempo deixou o estado de letargia advindo do coma profundo que um dia a dominou.

Com um sorriso irônico é alvitre se afirmar: "nunca antes na história desse País" tivemos um ex-presidente operário adepto de bordões falaciosos regados à desconexão incomparável.

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