Ano passado o certame Miss Espírito Santo
foi adiado às vésperas de ocorrer. O motivo, disseram eles, as manifestações que puseram barreiras as pessoas a
adentrarem um tal shopping e ameaçavam a segurança do evento e a
integridade física das candidatas. Pouco provável haver manifestantes em
frente a um shopping para impedir a
realização de um certame de beleza em pleno meio de semana. Risível, mas foi a desculpa encontrada
pelos (des)organizadores para empurrar o evento adiante.
Em 2014, para não corrermos o risco de
acertar ou ao menos tentar acertar, os adiamentos já fazem cascatas. São Paulo, Sergipe, Goiás, Pará apenas ilustram a nova onda da desordem no
esculhambado Miss (Universo) Brasil.
São Paulo podemos dar um desconto, uma vez
que a data inicial divulgada não retratava uma informação oficial e, tradicionalmente, realiza sua
eleição uma semana antes do Miss Brasil. Sergipe,
pelo contrário, produzindo eco ao bater no peito, ainda motivado pelo
inimaginável Top10 no Miss Brasil 2013, marcou oficialmente seu evento; recrutou candidatas; disseminou informações
internet adentro e afora; divulgou prêmios, para dias depois, pasmem,
desmarcar tudo e anunciar o adiamento. O
motivo aqui foi angariar mais adeptos e mais tempo de preparo para a
realização do evento. Se isso for
verdade é de fato uma tragédia. A ratificação que faltava de que “eles” dão mais importância à preparação de um
evento do que a preparação da miss eleita.
O que dizer do Pará, um dos Estados
brasileiros com a pior equipe a assessorar uma miss? A exemplo de Sergipe, também pediu um tempo para tomar fôlego extra e levar as
aspirantes a conhecer a história do Estado; a participar de oficinas e
ensinamentos culturais, aqueles que
aprendemos no ensino fundamental ou ao folhear qualquer livreto de escritor
local ou mesmo ao abrirmos um link na
internet. Dá para ver o naipe da “organização”
que temos.
E Goiás, hen? Era tudo o que faltava para completar a derrota tragicômica.
A (des)organização goiana anunciou tempo
extra para dispor de mais desenvoltura ao preparar aquele patético jantar
regado a água mineral. Uma reunião
simplória para anunciar a miss que foi eleita três dias antes da forma mais
temerária possível. Mas, não
fiquemos de tudo céticos. A razão maior para o adiamento do miss Estado de
Goiás 2014, foi a promessa de oferecer
ao público e patrocinadores um mega evento. Alguém duvida?
Os demais Estados – refratários, frisemos – certamente seguirão no
mesmo caminho. O consolo é que eles não
vieram em público querendo vender gatos como se fossem lebres.
Eventos,
até os mais notáveis, podem sofrer
alterações; podem e devem ser adiados
quando houver necessidade. Isso é válido. Mas, no mundo real, tais fatos ocorrem de maneira esporádica, isolada. Quando ocorrem
em forma de avalanche e dentro de um
mesmo gênero é, no mínimo, intrigante.
No entanto, se fazemos referência ao Miss
(Universo) Brasil e sua
organização-desorganizada, ficaremos tentados a imaginar que todas as razões apresentadas pelas
ilustrações-estaduais são frágeis e insultam a inteligência de quem nutre
um sentimento de decência mínima por esses eventos.
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