sexta-feira, 18 de abril de 2014

A instabilidade do Miss (Universo) Brasil.

Ano passado o certame Miss Espírito Santo foi adiado às vésperas de ocorrer. O motivo, disseram eles, as manifestações que puseram barreiras as pessoas a adentrarem um tal shopping e ameaçavam a segurança do evento e a integridade física das candidatas. Pouco provável haver manifestantes em frente a um shopping para impedir a realização de um certame de beleza em pleno meio de semana. Risível, mas foi a desculpa encontrada pelos (des)organizadores para empurrar o evento adiante.

Em 2014, para não corrermos o risco de acertar ou ao menos tentar acertar, os adiamentos já fazem cascatas. São Paulo, Sergipe, Goiás, Pará apenas ilustram a nova onda da desordem no esculhambado Miss (Universo) Brasil.

São Paulo podemos dar um desconto, uma vez que a data inicial divulgada não retratava uma informação oficial e, tradicionalmente, realiza sua eleição uma semana antes do Miss Brasil. Sergipe, pelo contrário, produzindo eco ao bater no peito, ainda motivado pelo inimaginável Top10 no Miss Brasil 2013, marcou oficialmente seu evento; recrutou candidatas; disseminou informações internet adentro e afora; divulgou prêmios, para dias depois, pasmem, desmarcar tudo e anunciar o adiamento. O motivo aqui foi angariar mais adeptos e mais tempo de preparo para a realização do evento. Se isso for verdade é de fato uma tragédia. A ratificação que faltava de que “eles” dão mais importância à preparação de um evento do que a preparação da miss eleita.

O que dizer do Pará, um dos Estados brasileiros com a pior equipe a assessorar uma miss? A exemplo de Sergipe, também pediu um tempo para tomar fôlego extra e levar as aspirantes a conhecer a história do Estado; a participar de oficinas e ensinamentos culturais, aqueles que aprendemos no ensino fundamental ou ao folhear qualquer livreto de escritor local ou mesmo ao abrirmos um link na internet. Dá para ver o naipe da “organização” que temos.

E Goiás, hen? Era tudo o que faltava para completar a derrota tragicômica. A (des)organização goiana anunciou tempo extra para dispor de mais desenvoltura ao preparar aquele patético jantar regado a água mineral. Uma reunião simplória para anunciar a miss que foi eleita três dias antes da forma mais temerária possível. Mas, não fiquemos de tudo céticos. A razão maior para o adiamento do miss Estado de Goiás 2014, foi a promessa de oferecer ao público e patrocinadores um mega evento. Alguém duvida?

Os demais Estados – refratários, frisemos – certamente seguirão no mesmo caminho. O consolo é que eles não vieram em público querendo vender gatos como se fossem lebres.

Eventos, até os mais notáveis, podem sofrer alterações; podem e devem ser adiados quando houver necessidade. Isso é válido. Mas, no mundo real, tais fatos ocorrem de maneira esporádica, isolada. Quando ocorrem em forma de avalanche e dentro de um mesmo gênero é, no mínimo, intrigante.

No entanto, se fazemos referência ao Miss (Universo) Brasil e sua organização-desorganizada, ficaremos tentados a imaginar que todas as razões apresentadas pelas ilustrações-estaduais são frágeis e insultam a inteligência de quem nutre um sentimento de decência mínima por esses eventos.

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