sexta-feira, 23 de maio de 2014

Os concursos de beleza e as suas teorias orbitais

Não diferente dos outros mundos, no mundo-paralelo1 também predominam as chamadas “teorias da conspiração”. Todos os anos pairam sobre os maiores concursos internacionais, e consequentemente, sobre as candidatas um certo preciosismo regado às mais diversas certezas. O Brasil, ou as brasileiras, especialmente a partir de 2011 vem sendo o ponto focal em muitas teses. Fajutas, ainda assim teses.

Em 2011, para muitos, a Organização do Miss Universo escolhera o Brasil para sediar o evento por conveniência, maquinada sorrateiramente nos mínimos detalhes. O Sr. Trump, o dono do concurso, teria interesse em investir no Brasil e por isso a canja de trazer o concurso às terras tupiniquins. Caso fosse verdade não teria nada de errado em se querer aproveitar oportunidades para obtenção de lucro, mas o detalhe mais escabroso é que a Companhia do tal magnata fincara raízes no Rio de Janeiro e a sede do evento Miss Universo, à época, foi São Paulo. Inconsolados, os “conspiradores-videntes” ainda previram que o título ficaria, finalmente, com a brasileira Priscila Machado (apesar das polêmicas fotos), pois além de todos os interesses vigentes seria um trunfo inominado para o Miss Universe Organization ter uma Miss Universo brasileira, mormente quando se aproximavam eventos da magnitude da Copa do Mundo da Fifa 2014, e em 2016, a Olimpíada.

Puxa vida, mas ainda estávamos em 2011!

No final das contas ficamos com um terceiro lugar de saldo na competição e quem abocanhou o título, merecidamente, foi a angolana Leila Lopes. Insatisfeitos os adeptos da tal teoria apregoaram a todos os ventos que o Brasil ficara em terceiro como prêmio de consolação – sede do evento e o prejuízo da Band; e a Angolana vencera por falar o idioma Português. Hilário, não?!

Em 2012, as vozes onipresentes pregavam a ausência de beleza da Miss Brasil, mas tinha como principal vetor de sua vitória ou mera classificação, a tal da Copa da Fifa. Uma falácia sem tamanho. Dona de um dos mais belos corpos do evento, a belíssima Gabriela Markus deslizou sobriamente nos palcos de Las Vegas e chegou ao Top5 – com louvor. Agora sim, estava claro – clamavam eles incrédulos com o que viam a mordiscar violentamente as unhas – o título vai para o Brasil, a Capa do Mundo está chegando (novamente a Copa) e o MUO2 vai emplacar a brasileira. Novamente o sonho dos teóricos caíram por terra. Milagrosamente, Olivia Culpo arrebatou o título que por mérito seria de Brasil ou Austrália. E por que Austrália? Lá nem tem Copa em 2014. E eu sei lá? Vai ver, na real, ambas, a australiana e a brasileira foram as melhores.

E em 2013? Agora sim, as vésperas da Copa do Mundo da FIFA 2014, não há escapatória. Vai dá Brasil. Inúmeros e mais inúmeros brasileiros (os poucos que conhecem e acompanham concursos de beleza - não apenas brasileiros, convenhamos), juravam de pés juntos, ou seja, até a morte, que a brasileira Jakelyne Oliveira seria O (maior) Fiasco do Brasil em todos os tempos, na história do Miss Universo. Outros mais ousados levantavam a voz: talvez ela pegue um Top15, mas só e unicamente porque ano que vem tem Copa do Mundo da FIFA no Brasil (e novamente a Copa). Ela (a miss Brasil 2013) nem sabe falar Inglês… e é muito comum. Oh, cérebros de pouca fé!

Ledo engano!

O fato da jovem, competente e recém-eleita Miss Brasil 2013 ser belíssima, em momento algum contara pontos a favor da terrinha, nem a favor da candidata. Fazer o que, se existem “analistas” que se recusam a admitir o óbvio. Ou então colocam as preferências pessoais acima de tudo e de todos. No fim das contas o mundo conheceu a brasileirinha-Comum de apenas 20 anos galgar um dos postos mais altos, no mais prestigiado e visto concurso de beleza no mundo.

Detalhe, na Rússia, onde ocorreu o evento se fala… Russo? E até hoje “eles” não sacaram que o concurso não é unocultural… e sim intercultural, internacional, para não restar dúvidas.

E agora? Agora, respondemos nós, o que mais podem fazer além de ficar calados? Há outras opções, claro, tais como: admitir a realidade e dar aos beliscões os frágeis membros, ou, numa visão mais radical, recolherem-se aos respectivos casulos. Em afã menos provocativo e desafiador, o mais sensato mesmo seria correrem todos, desvairadamente, atrás de uma reciclagem – e como lição primária, olhar os fatos com mais prudência, abstendo-se da pessoalidade excessiva.

Não ousemos esquecer que tais teorias são latentes também no Miss World. E quando chegar o Miss Universo 2014, a Copa do Mundo da FIFA já será pretérito. Qual será a Próxima Teoria?

Os Jogos Olímpicos do Rio que se cuidem…

1 Mundo dos concursos de beleza.
2 Miss Universe Organization.

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