domingo, 15 de fevereiro de 2015

MUB - misses guerreiras do Brasil moderno

Gislaine - 2003
Apesar do pouco ou quase nenhum respaldo dispensado às candidatas tupiniquins tivemos verdadeiras guerreiras defendendo nosso país “lá fora”. Em todas as épocas, desde a década de 1950 algumas delas ofuscaram, ainda que não arrebatassem o posto máximo.

Da década de 2000 até os dias atuais essas gladiadoras evidenciaram ainda mais seus esforços, especialmente porque nesses tempos modernos o apoio foi minguando drasticamente e aquelas que obtiveram sucesso foi por esforço e luz própria.

Não é raro nossas representantes já saírem do Brasil desacreditadas. Seja por razões óbvias de falta de comprometimento (2008 e 2010, por exemplo) ou pelo achincalhamento de algumas vozes torpes que tentam desestabilizá-las.

A competente Gislaine Ferreira (2003) sofreu constrangimentos logo após sua justa eleição. O grupo dos maus perdedores prepararam suas jogatinas com antecedência, conscientes da capacidade da jovem, então com 18 anos. Sabiam que ela tinha reais condições de vencer a etapa nacional e cuidaram em publicar resultados fajutos sob a égide covarde do anonimato. Ocorreu o que temiam. A jovem venceu e os anônimos ganharam força. No entanto, a força maior tinha a jovem miss Brasil 2003. Foi ao Miss Universo e conduziu-se numa participação que será lembrada como uma das mais significativas de todos os tempos. Terminou em sexto lugar na classificação geral.

Natália - 2007
Até 2007 o Brasil ficara adormecido no Miss Universo. Esse foi o ano do renascimento tupiniquim. Sob críticas diversas Natália Guimarães recebeu o título nacional e a incumbência para ser o Brasil no evento internacional, na Cidade do México. Manteve-se serena o tempo todo, blindando sabiamente a si mesma das críticas e falácias levantadas acerca da lisura do seu título.

A atitude e o carisma (além da incontestável beleza, claro) daquela jovem de 22 anos encantaram a todos. Não por outra razão, a torcida local a ovacionava, especialmente após a eliminação da anfitriã, na Grande Noite. Com maestria, leveza e competência chegou onde foi possível chegar. Desde os anos-de-ouro do Miss Brasil uma brasileira não alcançava um vice-campeonato no Miss Universo. Até hoje há quem diga que o segundo lugar fora pouco à miss Brasil. Pouco foi, mas diante do apoio nulo, o feito foi gigantesco.

Gabriela - 2012
Em 2012 e 2013 o Brasil foi feliz com suas eleitas. Gabriela Markus e Jakelyne Oliveira, ambas também bombardeadas pelos insatisfeitos, realizaram grande atuação em seus respectivos anos. Souberam de igual maneira conquistar ou preencher os espaços para fazerem-se notar. E foram notadas.

Nessa linha seria justo evidenciarmos o mérito da candidata de 2013 uma vez que dispôs de míseros 18 dias da saída do palco como miss Brasil, até o embarque à Moscou para apresentar-se à concentração do Miss Universe Organisation. Poucas conseguiriam chegar tão longe. Jakelyne conseguiu e chegou.

A edição nacional em 2014, não é novidade, foi uma das mais aguardadas e acirradas, talvez, em toda a história do evento. E por isso mesmo, fosse quem fosse a vencedora, teorias polêmicas viriam à publico. Ganhou o Ceará e as suposições começaram já no ato de coroação.

Melissa Gurgel fora cumprimentada por nada mais, nada menos do que cinco educadas concorrentes. Sendo que uma deseducada, deselegante e péssima perdedora (a sergipana) chegou ao cúmulo de retirar-se do palco, embora fosse obrigada a retornar em seguida envolta na face da inveja e do ódio.

Jakelyne - 2013
Nas redes sociais os insultos proliferaram. Nos fóruns, idem. Mas a jovem e talentosa miss eleita ressurgia a cada dia com maior visibilidade. A implicância dos derrotados culminou por evidenciar sua imagem e a despertar o interesse da mídia, da televisão. Inclusive a mídia internacional, que a viam com potencial latente.

Há muitos anos uma miss Brasil não era tão requisitada. E as aparições apenas ratificaram o que certamente os jurados do certame perceberam: seu magnetismo, sua beleza, carisma e força.

No Miss Universo fez uma participação tão emblemática ao estilo daquelas que os brasileiros haviam presenciado apenas no já longínquo 2007. Não logrou o tão sonhado sucesso como o fez Natália, mas se aferirmos a sua participação independente da classificação final perceberemos que Melissa marcou sua história no certame, positivamente. Como todas as suas antecessoras sofreu com a falta de planejamento, no entanto a sua imagem por si só é de uma força tão latente que foi impossível não ser notada.

Nesse breve retrospecto com as mais importantes misses eleitas no Brasil moderno fica claro o que nos falta. Tudo nos leva a crer que a deficiência está exatamente no assessoramento precário. Isso ficou evidente na insensatez com a confecção do traje de gala nesse último certame, bem como a ausência de um plano B. É inconcebível que uma equipe de assessoramento, depois de três meses de “preparação” não consiga identificar aquilo que fica bom ou ruim em sua pupila.

Melissa - 2014
Temos a matéria-prima de primeiríssima qualidade. Falta-nos profissionais com bom senso, engajamento e humildade para conversar com pares e com as próprias misses e aferir o que é melhor.

Muitas vezes a teimosia e, especialmente, a arrogância nos jogam num buraco escuro e lá haveremos de permanecer até que alguém acenda uma luz, pois algumas atitudes nos impedem de reconhecermos até aquilo que é real e tem a funcionalidade de enxotar as trevas. O interruptor desligado na parede, por exemplo, à espera de um dedo firme para acendê-lo.

Então, é prudente sonharmos com mais e mais gislaines, natálias, gabrielas, jakelynes e melissas, da mesma forma que esperamos um corpo técnico competente e comprometido, livre do fisiologismo e dos pseudos especialistas que se auto posicionam acima do bem e do mal.
* fotos públicas da rede.

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