Queiramos
ou não o mundo dos concursos de beleza é
também o mundo das suposições. É bem comum, após um certame vir a tona diversas
teorias, do tipo “e se”…
E se tivéssemos apostado as fichas em outra candidata? E se tivéssemos ouvido outros conselhos ou apenas um deles? E se a cor do cabelo fosse X ou Y? E se tivéssemos trilhado outro caminho de
atuação? E se?… e se?…
Os dois grandes concursos internacionais
são, sem dúvida, o Miss Universe (MU) e o Miss World (MW). Com formatos distintos,
mas até a atividade fim perpassa por
meios semelhantes. Tradicionalmente, o MW ocorre após o MU, com exceção da edição 2014, onde as cartas
trocaram de lugar no calendário anual.
MW 2014 |
Em 2014,
uma das candidatas mais comentadas foi a
miss África do Sul, Rolene Strauss, designada pela organização pátria para
representar o país africano nos dois segmentos mais importantes, o MU e MW. Muitos afirmam que o Miss Universe Organization (MUO) perdeu uma ótima chance em ter
uma miss Universo provida de beleza plena, por
não ter mantido o calendário normal do evento para antes da realização do
MW. O motivo: com o adiamento do MU, Strauss
fora pega antes pela organização britânica que a elegeu miss World 2014,
por ser a mais bela e completa candidata em 2014. Um exagero; uma teoria.
Na prática percebemos que, não obstante a
beleza incontestável da
africana, seu estilo e figura não condizem com aquilo que busca a organização
do MU. Com raras exceções, as modelos
eleitas Miss Universe ostentam uma
beleza diferenciada do estereótipo da miss-princesinha; da mulher pura e intocável
– estilo tão buscado por Julia Morley, dona do pedaço. E mais, um dos pontos mais negativos na miss World 2014, eventualmente “flopando” no miss Universe seria o aspecto físico. O corpo a comprometeria senão nos ensaios iniciais, mais tarde, na
apresentação preliminar.
MW 2009 |
Há muitos “concurseiros” saudosistas (especialmente os de mais idade), que não
admitem uma vencedora que não apresente um rosto impecável, como se a beleza e a competição se resumisse
a apenas a tez perfeita, natural ou fabricada por bisturis. E mesmo no Miss World é perceptível uma ou outra vencedora destoando dessa
ideia arcaica da face perfeita. Em 2009 a desconstrução dessa máxima
equivocada chegou ao extremo.
Pessoas
comuns (fora do meio miss’ológico) quando
pensam numa miss imaginam uma mulher que impõe sua maestria natural sem esforço
– aparece e atrai o interesse. Seria essa
força reflexo apenas do rosto artificialmente pintado? Possivelmente, o grande diferencial seja a visão do todo
que se une para formar um aspecto de perfeição. No quesito rosto, acreditamos
que o MW esteja bem servido, pois o certame não prima pela beleza plena, a qual
é demasiadamente difícil encontrar,
talvez impossível.
MU 1997 |
A verdade é que não teremos essa plenitude
em apenas uma pessoa.
Quando o rosto é perfeito, o corpo destoa e não completa – miss World 2014; outras vezes temos o corpo condizente e o rosto
não condiz – miss Universe 2013;
noutras ocasiões temos rosto e corpo belos e personalidade “doente” – miss Universe 2002 (destronada); e ainda há casos em que pairamos num
purgatório abissal onde não se encontra beleza alguma, não se sabe se por
ausência dela ou se por estarmos envoltos na escuridão do abismo – Miss World 2009 e Miss Universe 1997.
E, embora o MU 2014 tenha se realizado em
2015, elegido uma
candidata fraca para conduzir o título, a grande perda foi para si mesmo, por preterir (como todos os anos faz)
candidatas incríveis. A grande perda do miss Universe foi ter estacionado em terceiro lugar a
candidata ucraniana – a grande merecedora do título em 2014.
Já a bela sul africana, e especialmente os fãs, devem contentar-se
com o título mundial, que lhe caiu muito bem e a livrou de um possível vexame no segmento miss’ológico das Américas.
Assim são os concursos de beleza. Quando os conhecemos descobrimos suas
qualidades e suas incoerências. E é bom que seja assim; diferentes, talvez nem fossem mais atrativos.
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