O mundo das pessoas anda meio doido. As
próprias pessoas são quem o torna assim. Falta pouco mais de um ano para as
eleições presidencial, para deputados e senadores em nosso ensolarado
Brasil, e as polêmicas apelativas e sensacionalistas pulsam como nunca.
A bola da vez é o cabo de guerra entre as bancadas
religiosa dos conservadores e a dos defensores dos gays e demais “minorias”.
Os programas sensacionalistas de TV aberta – aqueles que atingem a grande
massa com apelos defenestrados – estão se tornando palco de embates
ideológicos as vezes coerentes outras vezes difícil de suportar.
Lados antagônicos lançam ofensas não só de cunho
ideológico, mas carregadas de pejo, desrespeito e segregação. Nas discussões
onde se esbarram a religiosidade e a razão – ambas em muitos momentos
carregadas de contradições e discursos falaciosos – não se consegue
aproveitar uma única lição de sensatez.
Cada defensor equivocado procura, a qualquer
custo, fazer com que as pessoas comprem suas teses como sendo a correta.
Uma se diz correta por ser baseada nos ensinamentos bíblicos; a outra por
ser frágil e historicamente discriminada. No entanto, ambas abusam
das falácias apelativas e emocionais.
É sabido de todos que muitas intolerâncias são
disseminadas em nome de uma crença, de uma religiosidade, de um deus
qualquer. Muitos não conseguem dissernir que, em sendo todos criaturas de Deus,
por que razão alguns seriam mais ou menos agraciados que outros? No caso
da homossexualidade, os conservadores religiosos apregoam que trata-se de pessoas
pecadoras e pervertidas que não conseguem conter seus impulsos demoníacos.
Os homossexuais rebatem que não se trata de doença de espírito ou da carne e
sim de impulsos e sentimentos naturais que acometem qualquer ser humano
ou animal.
Pesquisas científicas nos dão conta de que a
prática de relação homossexual é inerente a todos os animais, não só aos
ditos racionais. Mas isso a ciência comprova e alguns religiosos abominam.
Frise-se que a religião em si não incita a
discórdia entre os povos. A interpretação dos ensinamentos distorcida
por alguns lunáticos é que a torna carrasca e faz com que pessoas se
agridam e se odeiem. Guerras foram travadas em nome de Deus, sendo que Deus
é exatamente o oposto.
A intolerância e a falta de respeito aos ideiais
olheios são prenúncios de
conflitos que raras vezes não convergem às tragédias. Não é prudente afirmarmos que ser homossexual seja uma opção pessoal,
ou doença, da mesma forma que, em sendo,
não cabe a ninguém querer tolher essa opção ou obrigá-los a tratamentos, quer
seja pelas vias tradicionais, quer seja pela conversão religiosa.
A opção é pessoal e somos livres.
Ainda que a sexualidade seja opcional, continuamos livres. Livres para
sermos cristãos católicos, evangélicos, protestantes, pentencostais,
umbandistas, hinduístas, ou não sermos nada disso apenas porque optamos
por não ser.
O fato de sermos cristãos ou judeus não nos
dá o direito de querer que o próximo professe, necessariamente, a mesma fé. Seja
a formação da família, segundo a Bíblia, a união entre um homem e uma
mulher, aquela onde houver duas mulheres ou dois homens haverá de sê-lo
também. O contrário não poderia ser considerado apenas porque a crença
de outrem assim o determina.
A procriação depende de ambos os sexos, todavia, uma
família para ser formada não depende, necessariamente, do nascimento de filhos
frutos da relação de casais religiosamente unidos.
Devemos olhar para um horizonte onde uma
sociedade seja formada sobre pilares fortes com segurança, saúde, educação para
todos e, acima de tudo, compreensão e respeito àqueles que pensam
diferentes, que ajam diferentes, desde que tais ações não firam ao próximo
com a forma que lhes for peculiar para alcançar a felicidade plena.
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Cada pessoa deve decidir por si mesma |
Um negro, seja africano ou não, um homossexual,
cumpridor das obrigações condizentes a um ser social correto é tão digno de
respeito quanto é o branco, heterossexual que tenha comportamento
semelhante.
São questões alvos de constantes polêmicas nas
sociedades e que ainda ganharão grandes proporções, mormente
em períodos eletivos, como ocorre no Brasil, atualmente. Sempre haverão políticos
inescrupulosos, de ambos os lados, que fazem de discursões necessárias
uma guerra pessoal em nome de dois ou três votos na urna.
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