A condução da vida pode ser tão mais
simples quando a encaramos
sem o rancoroso ranço da soberba, da inveja, do ódio gratuito e irracional. Palavras mal ditas, escritas e até pensadas
provocam uma avalanche imensurável. Alguns
supersticiosos acreditam que o alvo da ira de alguém sofre atrasos e pode
cair em desvantagem ou má sorte. Ledo
engano.
Alvos de achincalhamento e ódio
gratuitos, na maioria das
vezes, nem sequer ficam sabendo de tais insanidades; ou quando sabem as ignoram e cuidam em tocar a própria vida. Sim,
porque até os virtuosos têm problemas e, eles próprios, precisam resolvê-los.
Noutro lado, o time oposto, cuida em
deturpar fotos e fatos alheios de maneira vil. Ocorre que tal atitude
jamais será suficiente para aplacar o ego doentio ferido pelo sucesso do semelhante, pois gastou todo o tempo disponível,
cuidando em depreciar o outro que esqueceu
de cuidar de si mesmo o que, invariavelmente, resulta em queda livre e
permanente num abismo existencial perverso e sofrível. Há casos em que, se não cai por si mesmo é derrubado à força
pelos opositores que de tão insultados agem com desmedida truculência; tanto que a força da proporção simplesmente
inexiste. Seja em qual caso for, o
desrespeito é a chave que abre a porta à brutalidade.
Num grau micro (e bem restrito) de incidência, temos presenciado a desfaçatez com
que algumas poucas pessoas destrataram (e continuam a fazê-lo) Melissa Gurgel, nordestina, cearense de Fortaleza.
No entanto, a jovem Miss Brasil 2014 tem demonstrado que nem todos se deixam tragar pelas ondas de críticas pela crítica
que buscam manchar ou até destruir sua
imagem. Este é um ponto. Num conceito de liberdade, alguns a criticam;
também imbuída pelo próprio, ela
responde dando exemplos de como se portar diante de críticas, sejam elas justas
ou não.
Nem todos agem
assim. Nem todos são racionais, infelizmente.
Seria a força da liberdade o
combustível ilimitado para
tecermos críticas infundadas e sem nenhum critério? Até que ponto essa
liberdade poderá ser considerada, desprovida
do viés da exacerbação ou abuso? A liberdade, por ser liberdade não predispõe limite?
Nós, quando opinamos por seguir o caminho da
sanidade, temos uma capacidade incrível em rever conceitos, admitir erros
ou simplesmente aceitar uma ideia contrária. Não precisamos ser o centro do universo até porque, como tudo o que
o compõe, somos apenas uma mera poeira
que a qualquer momento, com a menor
turbulência poderá ser dissipada.
Somos diferentes, sim, e ao mesmo tempo tão iguais!
Sejamos ricos, pobres, feios ou não,
pretos ou não, americanos do sul
ou do norte, somos compostos pela mesma matéria. É um discurso “batido”? Pode ser. Mas isso não o torna um discurso
falso. Somos passíveis de cometer erros e somos
dotados de inteligência para suplantá-los com a devida correção. Somos sim,
dotados de inteligência, mas nem sempre a utilizamos para fazer os reparos
necessários tão necessários para uma existência
mais feliz, mais correta com o próximo, e conosco.
Quando confrontados com uma realidade
assustadora chegamos à
conclusão de que, a cada instante, estamos destruindo
os pilares da moralidade, do respeito, da tolerância, da fraternidade...
nem podemos afirmar que algum dia já tenhamos desfrutado disso em sua plenitude.
Uma pena! Mas, dada à relativa modernidade de uma Sociedade Moderna, era de se
esperar que os rumos fossem planejados
para um norte seguro, não de caos.
Desde a mais vil afronta, a mais cáustica desforra, até o
insulto menos despretensioso poderemos obter
como resposta um extremo fulminante, o combustível para desastres
generalizados.
Não é
fraqueza concordar; nem errado é ser
contra; discordar de tudo ou parte, desde que seja feito sob a égide do respeito é sinônimo de raciocínio
inteligente. Sermos livres ou assim nos considerarmos não nos autoriza a estender tal ideia e exigir que seja
acatada por outros. Agindo assim, estaremos da mesma forma, impondo nossas premissas àqueles que não as
percebem como realidade.
Temos a liberdade para lutar, mas a partir do momento em que
ultrapassamos os limites do respeito tendemos a perder a razão, ainda que parcialmente. Um ato de
desrespeito, a depender da cultura,
crença ou discernimento pode resultar numa resposta capaz de nos partir ao
meio e deixar sequelas que jamais serão esquecidas.
Lutemos por nossos ideiais sem jamais
esquecermos que os da direita
ou da esquerda também os têm e podem ser diferentes. A vida nos mostra o caminho todos os dias. Infelizmente, paramos
para refletir apenas quando as consequências são desastrosas e nos lançam em queda livre ao abismo, protegidos
apenas pelo véu da ignorância.
Agora, após a "nossa" insensatez juntamos
nossos cacos conscientes de que
nos aguardam as respostas precipitadas e, certamente trarão mais sofrimento do que punição; menos entendimento, mais
intolerância, mais ódio e guerra. Não é
o que queremos ou sonhamos; mas é o
que nos é ofertado. Seja no ambiente micro,
seja no macro.
Sorte ainda dispormos de poucos virtuosos, vetores de motivos para sorrirmos e imaginarmos um amanhã menos sagaz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário